segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Duas mil faltas a mais na Câmara em 2009

Duas mil faltas a mais na Câmara este ano. Marina Maggessi explica: presença em plenário é caô


Percentual de ausências é o maior da atual legislatura, como mostra série de levantamentos do Congresso em Foco

Fábio Góis*

Os deputados aumentaram em mais de 2 mil suas ausências em votações plenárias em 2009, em comparação com o ano anterior. Em 2008, os parlamentares que estavam no exercício dos mandatos totalizaram 7.643 faltas – 1.666 das quais sem qualquer explicação. No ano passado, com as trocas e posses de suplentes, passaram pela Câmara 553 parlamentares. Eles foram responsáveis por 9.820 ausências. O número de ausências não justificadas diminuiu para 1.066. Já as faltas sob a chancela de “licença médica” ou “missão oficial autorizada” chegaram a 8.788, entre 48.985 presenças em dia de votação em plenário. A presença é contada apenas nesses dias. No total, foram 115 sessões deliberativas.

A assiduidade dos deputados em 2008 A média de ausências dos deputados em 2009 é a maior da atual legislatura. Reportagem publicada pelo Congresso em Foco em dezembro de 2008 mostra que os deputados já haviam aumentado seu percentual de ausências em relação a 2007 (média de faltas de 13,88%, contra 16% do registro de 2008). No ano passado, este percentual chegou a 16,7%.

A assiduidade dos deputados em 2007 Os levantamentos de cada ano, bem como os que são feitos semestralmente, têm como base a página eletrônica da Câmara dos Deputados. Todos os parlamentares que exerceram o mandato, independentemente do período, na condição de titular ou suplente, são incluídos para efeito de cálculos e comparações.

Um terço

O artigo 55 da Constituição estabelece que o parlamentar que faltar a mais de um terço das sessões deliberativas fica passível de perder o seu mandato. Na prática, porém, esse dispositivo só foi aplicado de maneira rigorosa em duas ocasiões, ambas em 1989, quando os deputados Felipe Cheidde, de São Paulo, e Mário Bouchardet, de Minas Gerais, foram cassados por faltas. Depois disso, o expediente de encontrar justificativas para as ausências tem garantido aos parlamentares a manutenção dos seus mandatos.

O levantamento referente a 2009 destaca um grupo de 41 deputados mais faltosos – eles estiveram ausentes em 33% (um terço) das sessões a que deveriam ter comparecido. Apenas esse grupo totalizou 1.860 faltas justificadas (40,7%) e 120 não justificadas (1.980 faltas ao todo, sem qualquer explicação), entre 2.576 registros de presença.

Confira a lista dos 41 mais faltosos Os seis mais faltosos registraram mais de 50% de ausência em votações, e deveriam ter comparecido em 115 sessões deliberativas realizadas no ano passado, uma vez que estavam em pleno exercício do mandato.

São eles: Miguel Martini (PHS-MG), com 95,7% de faltas (110, todas justificadas); Nice Lobão (DEM-MA), ausente em 93,9% das sessões (108 justificativas); Jader Barbalho (PMDB-PA), com 73% de ausência (80 justificadas e quatro sem justificativa); Fernando de Fabinho (DEM-BA), 63,5% de ausência (71 sem justificativa e duas não justificadas); Vadão Gomes (PP-SP), 55,7% de faltas (62 comunicadas e duas não justificadas); e Zé Vieira (PR-MA), com 53% de ausência (55 faltas justificadas e seis não justificadas).

Desde a última segunda-feira (25), a reportagem tem enviado e-mail a todos os 41 deputados reunidos no grupo com mais de 33% de ausências, bem como reforçou contato telefônico com os dez mais faltosos. Leia na ÍNTEGRA Congresso em foco

2 comentários:

  1. Miguel Martini (PHS-MG)tem câncer e passou o anno fazendo uma pesada quimioterapia, por isso, tem todas as faltas justificadas.

    Falar (escrever)sem pensar é o mesmo que atirar sem apontar, se este blog pretende ser sério, tem que estudar o caso, averiguar a notícia antes de propagar bobagens.

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  2. Sr Anônimo "Miguel Martini (PHS-MG), com 95,7% de faltas (110, todas justificadas);"O Sr. deveria ler com mais atenção.
    Obrigada por visitar o blog.

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