quarta-feira, 3 de julho de 2013

Saídas de dólares superam entradas em US$ 2,6 bilhões em junho


Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As saídas de dólares do país superaram as entradas em junho. De acordo com dados divulgados hoje (3) pelo Banco Central (BC), o saldo negativo ficou em US$ 2,636 bilhões. Em maio, o saldo ficou positivo em US$ 10,755 bilhões.
O resultado negativo do mês passado veio tanto do segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), em US$ 771 milhões, quanto do comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações), em US$ 1,865 bilhão.
De janeiro a junho, o saldo do fluxo cambial ficou positivo em US$ 9,535 bilhões, contra US$ 16, 859 bilhões de igual período de 2012. No primeiro semestre, o fluxo financeiro ficou negativo em US$ 7,324 bilhões, enquanto o comercial registrou saldo positivo de US$ 16,859 bilhões.
O BC também informou que os bancos fecharam junho em posição de câmbio comprada (indica expectativa de alta do dólar) em US$ 3,063 bilhões. Em maio, a posição comprada era US$ 5,408 bilhões.
Os dados do BC também mostram que no leilão de venda dólares com compromisso de recompra futura, realizado no dia 20 de junho, o total negociado ficou em US$ 1,707 bilhão. Foram ofertados até US$ 3 bilhões.
Além desse leilão, o BC tem feito operações de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para tentar suavizar a alta do dólar. Ontem (2), entretanto, em um dia sem atuação do BC, o dólar fechou vendido a R$ 2,2501. Foi a primeira vez em 12 dias em que o dólar comercial encerrou acima de R$ 2,25.
Há mais de um mês, o mercado financeiro global enfrenta turbulências por causa da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta.
A instabilidade piorou depois de Ben Bernanke, presidente do Fed, ter declarado que a instituição pode diminuir a compra de ativos até o fim do ano, caso a economia dos Estados Unidos continue a se recuperar. Se a ajuda diminuir, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.
*Colaborou Wellton Máximo

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