Brasil pode duplicar ajuda ao Haiti, diz Amorim

Fábio Góis
No Congresso em Foco

Em viagem ao Haiti para uma série de reuniões com autoridades, militares e grupos humanitários, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse neste sábado (23) que o Brasil poderá dobrar sua cota de ajuda ao país caribenho. Arrasado por um terremoto que, no último dia 12, deixou milhares de mortos, feridos e desabrigados, o Haiti se transformou em um gigantesco canteiro de obras tocadas por dezenas de países em mutirão. O Exército brasileiro comanda forças de paz multinacionais com o objetivo de impedir, por exemplo, a volta da guerra civil que assolou o país por anos.

Segundo Amorim, o governo brasileiro empregará US$ 15 milhões na reconstrução do país, dos quais um terço já foi enviado à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil também contribuirá com formação de contingente administrativo a ser aplicado na reformulação do governo haitiano.

“Haverá uma reunião preparatória para definir a quantia extra, mas pode ser de US$ 15 milhões”, disse Amorim, para quem o Brasil não está preocupado com a liderança que exerce há anos no Haiti, e sim com a reconstrução do país. O papel do país tem sido questionado desde que os Estados Unidos – com a reconhecida estrutura instrumental, logística e de pessoal – intensificaram suas atividades humanitárias naquele país.

Amorim disse que a recuperação do Haiti foi o tema predominante na reunião interministerial realizada ontem (sexta,22), e que o valor foi discutido e considerado entre os ministros presentes.

Segundo a Agência Brasil, o chanceler brasileiro disse ter se reunido neste sábado com o primeiro-ministro do país, Jean-Max Bellerive, com representantes brasileiros da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de líderes de organizações não governamentais (ONG's). As próximas reuniões serão com o presidente haitiano, René Préval, e com o comando militar brasileiro.

Milagre

No dia em que as buscas por sobreviventes foram encerradas, exatos 11 dias depois do primeiro tremor, as equipes de resgate encontraram um homem com vida debaixo dos escombros de um supermercado.

Ele apresentava um quadro de desidratação aguda e já está hospitalizado. O O “milagre” esde o primeiro dia ele voltava ao local procurando sinais de vida.