domingo, 24 de janeiro de 2010

Pecado de omissão - Por Mary Zaidan



Por Mary Zaidan*
No Blog do Noblat


Desde que o jornalista José Casado, de O Globo, trouxe à tona, no início deste ano, detalhes do quase inacreditável do terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado “sem ler” pelo presidente Lula no apagar das luzes de 2009, o PNDH-3 tornou-se um dos principais temas em debate no país. Quase não se fala de outra coisa.

Por mais absurdo que possa parecer, seu conteúdo de espírito autoritário, por vezes beligerante, tem lá seus méritos. Mesmo sendo jogo de cena para dar ares de esquerda a Lula e agradar grupelhos radicais, o Plano desnudou o PT e o Governo, e abriu, ainda que por linhas tortas, a discussão sobre polêmicas das quais as lideranças políticas do país se esquivam. E continuam a se esquivar.

De todos os setores da sociedade vieram análises, críticas e defesas veementes. Só não se ouviu a voz daqueles que pretendem o voto dos brasileiros para chegar à presidência nas eleições de outubro. Da ministra Dilma Rousseff, do governador José Serra, da ex-ministra Marina Silva e nem mesmo do sempre arretado Ciro Gomes saiu uma palavra sequer.

Noutros tempos, Ciro sairia atirando para todos os lados. Mas preferiu calar-se, absolutamente submisso à figura de Lula. Faz o que o chefe mandar. Marina, possivelmente defensora das tais comissões de conciliação nos conflitos de terra, é sabidamente contrária a questões como aborto, portanto sumiu do mapa. NA ÍNTEGRA

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'.

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