“Antipatia” de Serra e Dilma devem marcar eleição

Para especialistas, marqueteiros devem cuidar para que eles pareçam menos “carrancudos”

Wanderley Preite Sobrinho, do R7

Sem o carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial deste ano, o provável confronto entre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a candidata petista e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (ministra-chefe da Casa Civil), será marcado pela “antipatia” dos dois, disseram analistas ouvidos pelo R7.

O cientista político e professor da UnB (Universidade de Brasília) Leonardo Barreto disse que a disputa deve ser mais antipática do que as anteriores porque, ao contrário de Lula, Serra e Dilma são reconhecidos mais pelo perfil administrativo do que pelo carisma político.

- Será a disputa de dois gerentes, dois chefes de RH [Recursos Humanos].

O professor de ciências políticas da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Vitor Emanuel Marquetti, afirma que os marqueteiros vão cuidar para que os políticos pareçam menos carrancudos.

Já o professor de ciências políticas da UnB (Universidade de Brasília), Octaciano Nogueira, afirma que Dilma leva desvantagem porque passa a impressão de ser ainda mais séria do que o tucano, o que pode melar as intenções de Lula.

- A presidente chilena Michelle Bachelet tem tanta popularidade quanto Lula, mas foi incapaz de transferir sua simpatia a seu candidato, Eduardo Frei, [derrotado pelo oposicionista Sebastián Piñera].

Barreto acredita que a equipe de marketing do PT vai cuidar da imagem de Dilma, mas que ela deve sofrer principalmente “nas coletivas de imprensa e nos debates”.