quinta-feira, 24 de junho de 2010

China amplia lista de países isentos de tarifa para importação

Muitas das nações incluídas possuem commodities que o gigante asiático está buscando

Ligia Sanchez, da Agência Estado

PEQUIM - A China decidiu acrescentar 33 países à sua lista de isenção de tarifas de importação, segundo anúncio do Ministério de Finanças feito na quarta-feira, 23. Análise da Dow Jones sobre o comunicado mostra que muitos dos incluídos - como Etiópia, Quênia, Libéria, República Democrática do Congo, Burundi, Uganda, Zâmbia e Afeganistão - possuem commodities que a China está buscando. O grupo soma-se aos outros 41 integrantes da lista, a maioria nações com economia em desenvolvimento.

A nova política entra em vigor a partir de 1º de julho, de acordo com o Ministério de Finanças. A iniciativa reforça a corrida da China para assegurar recursos naturais a suas maciça necessidades de industrialização, um atrativo a mais em seu pacote de incentivos, ao lado de produtos com crescente valor agregado em troca.

A China tem interesses significativos nas commodities dos países beneficiários. Na República Democrática do Congo, que exporta concentrado de cobre e sucata de alumínio à gigante asiática, a construtora de infraestrutura chinesa Sinohydro tem um contrato para construir uma represa hidrelétrica. A China tem um acordo desde 2008 para desenvolver infraestrutura de mineração e construção civil no Congo, em troca de 10 milhões de toneladas cúbicas de concentrado de cobre. O Banco de Exportação-Importação da China está financiando o projeto de cobre da congolesa Katanga e a Jiangxi Copper está procurando possíveis aquisições por lá.

Na Zâmbia, a maior produtora de níquel da China, a Jinchuan Group, assumiu a mina de níquel Munali. A Jiangxi também afirmou que busca aquisições neste país. Na Libéria, a China está realizando um projeto de US$ 2,6 bilhões para revitalizar a mina de minério de ferro Bong.

A China Investment, o fundo soberano do país, está considerando investir em um projeto de carbonato de potássio na Etiópia, segundo reportagem do jornal japonês Nikkei publicada em maio. A China depende de importações em 80% do carbonato de potássio, que é usado como fertilizante. A Etiópia exportou 12.156 toneladas de farelo de canola ao país asiático nos primeiros cinco meses deste ano.

O Quênia, que exporta quantidades relativamente baixas de concentrado de estanho, chumbo refinado, concentrado de chumbo e sucata de alumínio, também é onde a Jinchuan está prospectando minas de níquel. No Afeganistão, a Jiangxi Copper e o China Metallurgical Group estão trabalhando em um projeto de US$ 4,39 bilhões para desenvolver uma grande produção de cobre no campo de Aynak. As informações são da Dow Jones.

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