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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Itália é acusada de deixar Líbia maltratar refugiados

Reuters/Brasil Online

Por Silvia Aloisi

ROMA (Reuters) - A oposição italiana acusou nesta terça-feira o governo de fazer vista grossa ao destino de 245 refugiados da Eritreia devolvidos ao mar por patrulhas italianas e agora detidos na Líbia sob "condições desumanas."

Grupos de direitos humanos pediram ao governo italiano que ofereça asilo aos cidadãos da Eritreia, alegando que muitos foram maltratados durante sua detenção.

Desde o ano passado, entrou em vigor um acordo pelo qual a Itália deve deportar para a Líbia os imigrantes interceptados no mar.

"O que acontece com esses cidadãos eritreus é vergonhoso", disse Paolo Ferrero, do partido Refundação Comunista. "É o enésimo exemplo de como o governo está efetivamente negando o direito ao asilo."

Por iniciativa dos partidos de oposição, o governo deverá ir na quarta-feira ao Parlamento se explicar.

Em carta aberta divulgada nesta terça-feira, o comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg, disse ter recebido relatos de que os migrantes são objeto de violência da polícia militar líbia, deixando muito deles gravemente feridos.

Hammarberg pediu aos ministérios de Interior e Relações Exteriores da Itália que esclareçam com urgência a situação com as autoridades líbias.

Os dois ministros disseram em carta conjunta ao jornal Il Foglio que Roma interveio junto à Líbia para identificar os eritreus e tentar encontrar emprego para eles na Líbia, de modo que não sejam repatriados à força.

Mas os ministros ressaltaram que é necessário respeitar a soberania líbia, e defenderam que a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais também se envolvam no problema.

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