terça-feira, 24 de agosto de 2010

MP pede sequestro de R$ 162 mil do PCC para indenização


O Ministério Público de São Paulo pediu o sequestro de R$ 162 mil apreendidos em 2005 em poder de um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo promotor o promotor de justiça Carlos Roberto Marangoni Talarico, autor do documento que embasa o pedido, o dinheiro levantando vai servir para garantia de indenização da família do bombeiro João Alberto da Costa, morto em maio de 2006 durante um ataque da facção criminosa no quartel do 2º Grupamento de Bombeiros, em São Paulo.

Se a Justiça aceitar o pedido, será a primeira vez que bens sequestrados do PCC vão servir para indenização de vítimas de seus crimes. "O inédito é tirar dinheiro de uma organização criminosa", afirmou o promotor.

No julgamento de 11 de agosto, a Justiça de São Paulo condenou Lamberto José de Carvalho Alves por participação no assassinato do bombeiro João Alberto da Costa, no dia 13 de maio de 2006, em meio aos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Alves foi sentenciado a 46 anos e 2 meses de prisão. A pena começará a ser cumprida em regime fechado. Cabe recurso da decisão.

A pena se refere às condenações por homicídio, contra o bombeiro; por duas tentativas de homicídio, contra Anderson Donizete de Freitas e Adriano Pedro Horácio; por formação de quadrilha, e por porte ilegal de arma de fogo. Os jurados julgaram que Alvez cometeu os crimes por motivo torpe e não permitiu a defesa das vítimas.

O julgamento foi realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. De acordo com o Tribunal de Justiça, o júri popular foi composto por quatro mulheres e três homens.

O caso
O assassinato do bombeiro João Alberto da Costa ocorreu em meio aos ataques da facção criminosa PCC. Costa foi morto em frente ao 2º Grupamento de Bombeiros, no bairro Campos Elíseos, no segundo dia de ataques a bases da policia e delegacias em São Paulo. A base da corporação foi então alvejada com mais de 50 tiros.

Os atentados haviam sido motivados pela transferência de presos, entre os quais líderes da facção, e a ação começou com motins em diversas penitenciárias. Dias depois dos atques, a Secretaria de Segurança Pública divulgou um balanço de 152 mortos, entre policiais, cidadãos e suspeitos, em 239 ataques em todo o Estado.

Em março, outros três acusados da morte do bombeiro foram inocentados. O julgamento de Eduardo Aparecido Vasconcelos, Giuliana Donayre Custódio e Alex Gaspar Cavalheiro, igualmente suspeitos de ligação à facção, durou dois dias.

no Terra

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