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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ONU pressiona Teerã por violência contra mulheres

Sabatina das Nações Unidas, em Genebra, expõe violações generalizadas cometidas pelo regime iraniano


O Estado de S.Paulo

GENEBRA
Peritos da ONU atacaram ontem a decisão do governo do Irã de condenar à morte a iraniana Sakineh Ashtiani por adultério e exigiram uma explicação de Teerã. As críticas dominaram a sabatina à qual o Irã foi obrigado a se submeter, em Genebra. O Irã negou-se a tratar do assunto.

O perito guatemalteco José Francisco Cali lembrou que as Nações Unidas já tinham recomendado em 2003 que o Irã interrompesse as execuções de mulheres acusadas de adultério.

Foi o diplomata brasileiro José Augusto Lindgren Alves, que atua na ONU como perito independente, que alertou sobre a questão de Sakineh de forma mais enfática. "A condenação por adultério e o apedrejamento são uma clara violação de direitos humanos", disse.

"Nós queremos uma explicação sobre a situação das mulheres no país. Todos precisam ter um tratamento justo e humano", afirmou o perito Murillo Martinez.

Anastacia Crickley, jurista irlandesa que atua como especialista na ONU, cobrou também explicações dos iranianos sobre a situação de mulheres em prisões. Já o francês Regis de Gouttes deixou claro que está "muito preocupado" em relação à situação das mulheres no Irã.

"A discriminação é generalizada", afirmou Dilip Lahiri, perito indiano. "O que o Irã precisa responder é se as leis islâmicas estão ou não acima dos direitos humanos", cobrou. Hoje, o governo do Irã terá de dar uma resposta sobre o assunto na ONU. Mas indicou ontem que não acredita que a entidade seja o local apropriado para tratar do tema.

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