sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Fidel Castro faz 1º discurso em público a multidão em quatro anos




Pronunciamento foi feito na Universidade de Havana; líder cubano usou tradicional farda militar.

O ex-presidente cubano, Fidel Castro, fez nesta sexta-feira em Havana seu primeiro discurso para uma multidão de cubanos em cerca de quatro anos, quando se afastou do poder por problemas de saúde.

Fidel, de 84 anos, falou a milhares de estudantes na Universidade de Havana sobre o risco de uma guerra nuclear dos Estados Unidos e Israel contra o Irã.

O ex-presidente chegou caminhando lentamente, apoiado em um jovem, acompanhado de um guarda-costas e vestindo seu tradicional uniforme militar verde-oliva.

Ele vem abordando o tema de um possível conflito nuclear há semanas em seus artigos publicados em jornais e em aparições na televisão.

Tempo 'limitado'

Castro afirmou que "o tempo que a humanidade tem (para evitar a guerra nuclear) é incrivelmente limitado", que "a dura realidade foi escondida do mundo" e que cabe a Cuba denunciar a situação.

O ex-presidente cubano disse que um grupo de ex-analistas da CIA, a agência de inteligência americana, concordam que existe o risco de um ataque nuclear dos Estados Unidos e Israel contra alvos dentro do território iraniano, o que desencadearia um grave conflito mundial.

Para Fidel, se a guerra nuclear começar, 50% do petróleo mundial poderia ficar comprometido, já que o produto é transportado na região onde se daria o conflito.

O discurso durou cerca de 40 minutos - bem menos do que costumavam durar os pronunciamentos do líder cubano quando ocupava a Presidência - e Fidel não finalizou seu discurso com as tradicionais frases "socialismo ou morte" e "pátria ou morte".

Volta à ativa

Fidel deixou a presidência de Cuba em 2006 e foi substituído pelo irmão, Raúl Castro.

Embora ainda ocupe o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista Cubano, Fidel se manteve fora da política nacional após seu afastamento.

Nesses quatro anos, Fidel se dedicou a escrever artigos publicados pela imprensa cubana, a maioria deles ligados à política dos Estados Unidos, ao risco de uma guerra e à destruição do meio ambiente.

A melhora em seu estado de saúde permitiu que fizesse mais aparições em público.

No início do mês de agosto, Fidel havia feito um discurso de apenas pouco mais de dez minutos na Assembleia Nacional, o Parlamento de Cuba.

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