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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

'América Latina não criou leis para proteger liberdade de imprensa’



Apesar da democratização, em três décadas a América Latina não criou as reformas legais suficientes para proteger a liberdade de imprensa', disse o coordenador


Gabriel Manzano, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Entrevisa com Carlos Lauria, Coordenador para a América Latina do Comitê de Proteção a Jornalistas.
A que o sr. atribui o crescimento da censura no continente?
Apesar da democratização, em três décadas a América Latina não criou as reformas legais suficientes para proteger a liberdade de imprensa. E sistemas jurídicos insuficientes estimulam certas autoridades a pressionar.
O relatório também faz muitas referências à autocensura.
Sim, ela se tornou um fenômeno central. No México, em Honduras, na Colômbia, a falta de garantias e as ameaças diretas levam o jornalista a desistir de levar pautas adiante. Censura e autocensura juntas estão no nível mais alto que se viu desde o fim das ditaduras nas Américas.
O cenário no Brasil é parecido?
O problema mais sério do Brasil está na primeira instância. Muitos juízes de pequenas cidades são pressionados. A desproteção de jornalistas em áreas distantes é um caso preocupante. Mas há também o caso espantoso do Estado, cujo problema está num tribunal superior.
Que agenda o sr. vai levar para os contatos em Brasília?
Estarei lá amanhã, com autoridades do governo e no STF. É natural que nesses contatos se discuta e se procure saber como encaram esses desafios.

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