no Fábio Campana
O senador Roberto Requião mobilizou seus aliados na Assembléia para promover uma verdadeira guerra para derrubar a PEC do deputado Mauro Moraes que extinguia a aposentadorias de ex-governadores do Paraná. Apesar de ganhar R$ 26 mil mensais no Senado Requião não quer abrir mão da aposentadoria de R$ 24 mil.
Em princípio a PEC de Mauro Moraes, que teve 24 votos (faltaram oito votos para ser aprovada) só afeta aposentadorias a partir de agora, mas Requião entendeu que, se fosse aprovada, enfraqueceria ainda mais sua pensão milionária, que já foi extinta pelo governador Beto Richa por orientação do Ministério Público e está sub judice e foi, novamente derrubada pelo TJ, nesta segunda-feira.
O comandante da tropa de choque de Requião foi o deputado Caíto Quintana e os deputados, pró e contra a PEC, exercitaram toda a sua eloqüência. O argumento de que sem a aposentadoria um ex-governador precisaria se corromper para sobreviver, brandido pelo deputado Luiz Eduardo Cheida, Artagão Júnior e Raska Rodrigues, por exemplo, foi respondida pelo deputado Edson Praczyk.
“Não será uma aposentadoria que vai impedir alguém de ser corrupto. É uma questão de índole. Quando o sujeito é pilantra não será impedido de agir errado pelo fato de ganhar uma gorda aposentadoria”, disse Praczyk.
Mas o questionamento mais constrangedor para Requião foi feito pelo deputado petista Professor Lemos. Ele recordou que o senador e seus aliados, que hoje lutam com tanta ferocidade pela aposentadoria, já ganharam uma eleição condenando esse tipo de pensão.
“Em 1990, Requião derrotou o senador José Richa por chamá-lo de ‘governador aposentado’ nos debates em ataques pela televisão. Depois de anos faturando esse tipo de ataque o que vemos agora é o senador lutando pela aposentadoria que condenava”, disse o Professor Lemos.
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