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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Governo confirma pedido de afastamento de Eduardo Requião

no bemparaná

O irmão do governador Requião teria alegado que pretende “arrumar a vida e deixar o próximo governo a vontade”

O governo do Estado confirmou ontem que o chefe do Escritório da Representação do Paraná em Brasília, Eduardo Requião, colocou o cargo à disposição a partir do próximo dia 21 de março. De acordo o secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, no ofício, o irmão do governador Roberto Requião (PMDB) teria alegado que pretende “arrumar a vida e deixar o próximo governo a vontade”, em clara referência a previsível posse do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) no comando do governo.

Por força da legislação eleitoral, para disputar cadeira no senado nas eleições de outubro, Requião deve se afastar do cargo até o dia 3 de abril. Pelas informações da Casa Civil, a saída de Eduardo ainda não está confirmada. O próprio Pessuti garante que o irmão do governador “só deixará o comando do Escritório de Brasília se quiser”.

Especula-se que o pedido de demissão faça parte do projeto eleitoral de Eduardo, que estaria de olho em cadeira na Câmara Federal.

Outra hipótese seria o retorno ao comando da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) a partir da posse de Pessuti – hipótese na qual o nepotismo estaria desconfigurado. O ex-superintendente da APPA assumiu o cargo no Distrito Federal no dia 20 de janeiro do ano passado, como estratégia de Requião para driblar os efeitos da súmula vinculante antinepotismo editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O texto contém uma brecha que permite que parentes de autoridades exerçam função de agentes políticos (ministros, secretários de Estado e Municípios).

Em uma primeira tentativa para driblar os efeitos da súmula antinepotismo, Requião chegou a nomear o irmão secretário dos Transportes em substituição a Rogério Tizzot. Porém, Eduardo ficou insatisfeito com o “meio” cargo, uma vez que as estradas do Estado continuavam sob o comando de Tizzot, então transferido para a função de secretário especial para Assuntos Rodoviários.

Eduardo recusou-se a assumir o cargo e pediu prazo de 30, depois mais 30 dias. Neste período, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, Jederson Suzin, em setembro de 2008, atendeu a ação proposta pelo advogado Cid Campelo e declarou nulo o decreto 3348/2008, que nomeou o irmão do governador como secretário dos Transportes. Tizzot voltou a comandar a SETR e só então Requião decidiu colocar o irmão a frente do Escritório de Representação do Paraná em Brasília. (AB)

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