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sábado, 19 de junho de 2010

Diretor pede a conselheiros da Previ que atuem em favor do BB

Vice-presidente de Gestão de Pessoal pede que o banco seja indicado às empresas onde a Previ detém participação


Mônica Ciarelli - O Estado de S.Paulo

A nova estratégia de atuação do Banco do Brasil na Previ começou a ser revelada na abertura do Encontro de Conselheiros da Previ 2010, na Bahia. Em seu discurso, o vice-presidente de Gestão de Pessoal do BB, Robson Rocha, convocou os conselheiros do fundo de pensão a se tornarem agentes de fomento do banco nas empresas onde a Previ detém participação relevante.

"Senhores e senhoras conselheiros indiquem e incentivem o Banco do Brasil como instituição financeira para projetos de investimentos e planos de negócios nas empresas participadas. O banco está preparado para atendê-los", afirmou Rocha, sob o olhar atento de uma plateia de cerca de 200 pessoas.

O executivo, que também preside o conselho deliberativo da Previ, não enxerga nesse tipo de convocação um conflito de interesses. Entretanto, admite que atuar como agente de fomento do banco não é papel do conselheiro. "Não é o papel oficial dele, mas, ele pode sugerir. Como ele tem uma interlocução com o BB e com a empresa, ele pode sugerir ao gerente do banco visitar aquela empresa. Não veja isso como uma imposição."

"Postura leve". O presidente da Previ, Ricardo Flores, evitou polemizar a declaração de Rocha. Mas deixou claro que a recomendação do fundo aos conselheiros é de que sigam as normas de melhores práticas de governança corporativa e tenham dever de lealdade à companhia. "A posição da Previ será aquela que agrega melhor valor para a empresa."

Para Flores, quando o vice-presidente do BB convocou os conselheiros, falou de casos em que o BB ofereceria taxas melhores que agregariam valor aos acionistas. "Estou entendendo que a postura foi leve, no sentido de mostrar que, dadas as condições de igualdade ou até mais positivas que o banco possa oferecer, por que não se instrumentalizar por meio do BB?"

Esta semana, o Banco do Brasil foi chamado de "incompetente" pela empresária Gisela Mac Laren, presidente do estaleiro Mac Laren, em Niterói. A crítica tem como pano de fundo a demora de três anos da instituição em conceder o financiamento para construção de um dique seco. A construção da área é necessária para que a empresa se habilite a disputar contratos para construção de plataformas de petróleo, encomendadas pela Petrobrás, e está orçada em US$ 90 milhões.

Rocha preferiu não comentar as críticas. Seu discurso sobre novas fronteiras de atuação para os executivos da Previ evidenciou a maior presença do BB na fundação após a posse da nova diretoria, no início de junho. Segundo ele, a convocação aos conselheiros é necessária porque muitas vezes eles esquecem de colocar o nome do banco nas discussões sobre possíveis pedidos de financiamentos.




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