da BBC Brasil
Na Folha Online
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse, nesta sexta-feira (5), que não teria "preconceito" em relação à ideia de o Brasil receber o urânio iraniano.
Uma das propostas internacionais para resolver o impasse do programa nuclear iraniano é que seu urânio seja levado a um país antes de ser enriquecido na Rússia para ser enviado novamente ao Irã.
"A comunidade internacional não pediu isso, mas se pedir poderá até se analisar. Eu, pessoalmente, o que digo, é que não tenho preconceito", disse durante entrevista a jornalistas brasileiros na embaixada do Brasil em Buenos Aires.
Diplomacia
Amorim entende que a preferência do Irã é que este depósito fosse feito no território iraniano, sem a necessidade de um país intermediário, mesmo que com a supervisão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Não posso falar em nome deles. Mas creio que eles (iranianos) não excluiriam a possibilidade de depositar (o urânio) num terceiro país e isso poderia ajudar a resolver o problema".
Segundo ele, "por enquanto", o Brasil está entrando nesta questão "só no diálogo".
"Até agora, ninguém nos pediu que o depósito fosse feito no Brasil. Se pedirem, ai não sei. Tecnicamente, onde e como teria que ser guardado, não sei. Ninguém nos pediu expressamente isso."
Amorim ressaltou o Brasil aceitaria apenas "guardar (o urânio), mas não enriquecido".
O chanceler brasileiro destacou que o Brasil tem tentado cooperar no diálogo entre o Irã e outros países, mas que não em termos de cooperação nuclear.
"Nesse caso é diplomático.'Pode haver interesse do Brasil em investir no Irã?' Pode. 'Há interesse em aumentar o comércio?' Há. 'O Irã é um grande comprador de alimentos brasileiros?' É".
Amorim destacou que "nunca se discutiu com o Irã" o enriquecimento (de urânio) no Brasil.
"Brasil, industrialmente, não teria condições de produzir essa quantidade (de urânio). Tecnologicamente até tem, mas não tem capacidade industrial", afirmou.Leia na ÍNTEGRA Folha online
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