Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, o presidente afirmou que apenas a preservação das diretrizes implementadas por Fernando Henrique seriam insuficientes para que seu governo alcançasse os atuais índices de desenvolvimento. Lula ressaltou que “apenas com essas definições de política econômico-financeira”, o Brasil não teria se saído “tão bem no enfrentamento da crise financeira internacional”.
- Aliás, anteriormente, mesmo exercitando esse tripé [câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário], diante das crises, o Brasil quebrava e tinha que recorrer ao FMI [Fundo Monetário Internacional].
Lula disse que melhorias na política econômica herdada da gestão anterior foram fundamentais para o bom desempenho de seu governo. Ele citou, por exemplo, a manutenção da política de câmbio flutuante, aliada ao acúmulo de reservas, que permitiu a redução da vulnerabilidade externa “e [deu] uma pronta resposta à crise financeira”.
Segundo o presidente, outro aperfeiçoamento da política do antecessor ocorreu com as metas de inflação, que “foram críveis e adequadas”, além de combinadas com metas de crescimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Isso permitiu a redução dos juros e a expansão da economia, disse ele.
Sobre a política fiscal, o presidente lembrou que, desde 2003, a determinação do governo foi combinar a realização de superávits primários com transferências de renda para as famílias mais pobres, o que levou "à constituição de um mercado de consumo de massas, incluindo também metas para os investimentos públicos”.
Lula destacou que a política de transferência de renda aos mais pobres beneficia hoje dois terços da população, que “nunca eram levados em conta na hora de se formular as políticas públicas”. E voltou a comparar a atuação do seu governo com a dos anteriores: “Governos anteriores estavam voltados apenas para um terço dos brasileiros, os da faixa superior de renda, e se lixavam para o restante.”
De acordo com o presidente, a política de ampliação de renda das camadas mais pobres da populaçõ, além de representar justiça social e extensão de direitos básicos, aquece o mercado consumidor e incrementa a produção nacional, ao movimentar o comércio de bens e serviços.
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