sábado, 6 de fevereiro de 2010

Milhares protestam contra medidas de Uribe para tentar encerrar crise na saúde

da Folha Online

Milhares de colombianos manifestaram-se neste sábado em várias cidades da Colômbia e do exterior contra medidas decretadas pelo governo do presidente Álvaro Uribe para tentar evitar o colapso do sistema de saúde, informaram organizadores do protesto.

Participaram médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, além de donas de casa, estudantes, sindicalistas, assinalou em Bogotá a líder estudantil Ginna Rojas, integrante de um coletivo que convocou o protesto pelo Facebook.

Os manifestantes rejeitam medidas decretadas por Uribe para tentar salvar o sistema de saúde no país, ameaçado pela crise econômica.

Esses decretos com força de lei, ainda a serem examinados pela Corte Constitucional (CC), restringem a autonomia dos médicos para elaborar seus receituários, ordenam que os usuários com mais recursos assumam tratamentos de alto custo e estabelecem mais impostos sobre o consumo de cerveja, bebidas em geral, tabaco, entre outros assuntos.

Embora o governo assegure que a autonomia dos médicos não está em risco e que a medida visa a garantir a cobertura da saúde de pelo menos 41 milhões de pessoas, os manifestantes assinalaram que os decretos "vulneram direitos essenciais e reforçam a privatização de um serviço básico".

O presidente da Sociedade Colombiana de Cardiologia, Jaime Calderón, afirmou que as medidas do governo "vão claramente contra os pacientes e usuários da rede de saúde", e pediu à Justiça que as anule.

Uribe, que está no último dos quatro anos de seu segundo mandato e aguarda uma sentença da CC sobre a possibilidade de nova reeleição, advertiu neste sábado na cidade de Fusagasugá que o governo punirá as entidades que não prestarem um bom serviço, no contexto atual .

"Não se pode negar os serviços de saúde obrigatórios. Quem o fizer se expõe a sanções, pode-se retirar-lhes as licenças de funcionamento e até ordenar o seu fechamento", disse o presidente, de acordo com o jornal "El País", da cidade de Cali.

Os manifestantes também pediram neste sábado a destituição do ministro colombiano de Proteção Social, Diego Palacio, encarregado dos assuntos de saúde e trabalho, a quem acusam de ser o "responsável direto pelas medidas de emergência".

Vários pacientes com enfermidades terminais que participaram da marcha em Bogotá exibiram cartazes com os dizeres: "O governo de Uribe está acabando de nos de matar".

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