Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas A. Shannon Jr., conhece profundamente a história, política, economia e sociedade brasileiras. Por três anos (1989 a 1992), ele trabalhou na Embaixada no Brasil, mas sua história é marcada por longa trajetória em missões consideradas desafiadoras pelos diplomatas. Shannon serviu em embaixadas norte-americanas na África do Sul e Venezuela em momentos delicados das relações bilaterais desses países com os Estados Unidos.
Antes de ser designado embaixador no Brasil, Shannon ocupava o cargo de secretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado. Já foi assistente especial do presidente e diretor sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional.
Como diplomata, Shannon tem preferência por temas da América Latina. Ele foi diretor de Assuntos Andinos e também atuou como representante Permanente junto à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Segundo diplomatas brasileiros, Shannon é o melhor nome entre os especialistas em política e economia externa dos Estados Unidos. Além de conhecer em detalhes a realidade brasileira, ele está acostumado a lidar com situações de crise.
De 1992 a 1996, o novo embaixador atuou como adido dos Estados Unidos no Consulado em Joanesburgo (África do Sul) - exatamente no período das negociações pelo fim do apartheid (regime de segregação racial).
Em seguida, Shannon foi designado político na embaixada norte-americana em Caracas (Venezuela), no período de 1996 a 1999. Na prática, ele atuou como representante dos Estados Unidos na primeira etapa do governo do presidente Hugo Chávez, um dos críticos mais duros do neoliberalismo, da globalização e da política norte-americana.
Ao chegar a Brasília no último dia 8, Shannon foi simpático com a imprensa. Ele afirmou que vai se esforçar para aprofundar as relações com o governo brasileiro e elaborar uma agenda comum Brasil-Estados Unidos para o século 21.
“É um grande prazer estar de volta aqui no Brasil. É um país muito importante para nós. Vamos começar a trabalhar hoje (sexta-feira, dia 8 de janeiro), aprofundando a parceria para o século 21”, disse. O embaixador já marcou para hoje (4) uma entrevista à imprensa nacional e internacional.
Por quase oito meses, o Senado norte-americano protelou a aprovação do nome de Shannon por falta de consenso entre republicanos e democratas. Os vetos ao seu nome - retirados posteriormente – foram dos senadores republicanos Jim DeMint e George LeMieux.
Tanto DeMint quanto LeMieux discordavam das posições assumidas por Shannon na condução das negociações dos Estados Unidos para buscar um acordo pelo fim da crise política em Honduras. Os norte-americanos foram responsáveis pela intermediação de um acordo para que o presidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, retornasse ao poder.
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