sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

OAB quer Arruda fora do governo do Distrito Federal

Para presidente da Ordem dos Advogados, governador se vale do seu poder para tentar obstruir as investigações contra ele

Mário Coelho

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou nesta sexta-feira (5), que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) precisa afastar o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido) do cargo. O recente episódio da tentativa de suborno demonstra que o governador se vale do seu poder para interferir no curso das investigações. Assim, na avaliação de Ophir, "para o bem das investigações, e diante da situação que se apresenta caótica aqui no Distrito Federal". Arruda não pode mais permanecer no governo. A declaração foi feita em entrevista coletiva após a OAB protocolar uma ação civil pública para bloquear os bens do governador e de dez deputados distritais envolvidos no mensalão do Arruda.

Para o presidente nacional da OAB, os últimos fatos no caso podem configurar tentativas de obstrução da Justiça e justificar o afastamento de Arruda pelo STJ. Ele lembrou da prisão feita ontem (4) pela Polícia Federal do funcionário público aposentado Antônio Bento da Silva, que tentou subornar o jornalista Edmílson Edson dos Santos, o Sombra. Também recordou, de acordo com a OAB, do bilhete que Sombra recebeu do governador pelas mãos de um parlamentar da base, oferecendo vantagens para que ele desacreditasse, em depoimento, os vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa.

"As tentativas de influir, de obstruir as investigações, têm sido danosas para o próprio processo de apuração. Portanto, é uma medida acautelatória que a sociedade brasileira espera do STJ o mais rápido possível", afirmou Cavalcante. Para ele, porém, o governador deveria se antecipar e sair do cargo o mais rápido possível. "Toda pessoa de bem que tem contra ela uma acusação dessa natureza deveria, por uma questão de consciência e um dever de respeito ao voto de quem confiou no seu mandato, se afastar de forma voluntária. O que se espera é que o governador tenha grandeza de espírito neste momento, para se afastar, a fim de que as investigações possam ocorrer uma forma tranquila e da forma republicana que se espera", completou. Leia na ÍNTEGRA no Congressoem foco

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