sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Osmar mostra quem é ao invadir horário de deputados para bajular Lula



no Fábio Campana

Quinta-feira, 30, último dia de propaganda eleitoral. Era um dia reservado aos candidatos a presidente e deputados federais. O candidato do PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias, aquele que se apresenta como ético e avesso as baixarias, cometeu mais um flagrante delito eleitoral. Invadiu o horário dos candidatos a deputado de sua coligação. Não invadiu para apresentar propostas, mas para mais uma longa e constrangedora sessão de bajulação ao presidente Lula. O mesmo Lula, aliás, a quem Osmar dedicava os piores desaforos e desqualificava da forma mais agressiva há apenas quatro anos.
Essa violação da lei eleitoral está longe de ser um exemplo isolado. Violar a lei quando pensa que não pode ser apanhado (o TRE costuma punir invasões com perda de horário na propaganda eleitoral e a propaganda eleitoral acabou) é parte essencial do verdadeiro caráter de Osmar Dias. O homem que bate com mão de gato, que usa intermediários alugados para agredir, que contrata legendas nanicas para fazer o serviço sujo ao mesmo tempo em que se apresenta como agredido e como vítima. É o Osmar que distribuiu pesquisas falsificadas enquanto agride o adversário por questionar pesquisas na Justiça.

O verdadeiro caráter de Osmar transparece também quando ele não se constrange de confraternizar e defender publicamente com Roberto Requião, o homem que insinuou dezenas de vezes, no rádio e na televisão, que ele era desonesto. O verdadeiro Osmar vem à tona quando ele tenta justificar porque tentou, por duas vezes, acabar com a multa sobre o FGTS nas demissões sem justa causa. Teria sido pela má influência da Faep. A Federação que apoiou sua carreira política a vida inteira. É o verdadeiro Osmar que aparece quando ele trai os produtores rurais que sempre votaram nele, para se aliar por oportunismo ao PT e ao MST.
O verdadeiro Osmar emerge só algumas vezes sem subterfúgios e dissimulações. Foi o que aconteceu na sabatina da Gazeta do Povo em 21 de setembro. Questionado se não via problemas em senadores, como ele, receberem salário do Senado enquanto dedicam tempo integral a suas campanhas, foi claro: “É da democracia o parlamentar fazer campanha. Tudo que estou fazendo está dentro das regras vigentes. Se a sociedade não concorda, é preciso se mobilizar para uma reforma política”. Perguntado se considerava normal distribuir passagens do Senado para parentes, como fez e foi apanhado em 2006, Osmar também não titubeou: “Aquilo que foi feito era perfeitamente lícito e ético”.

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