Levada do Senado à Casa Civil para fazer ser uma espécie de Dilma do governo Dilma, a ministra Gleisi Hoffmann parece gerir a ineficiência do governo guiando-se pela teoria paradoxal de Zeno: para uma seta atingir seu alvo tem, antes, que percorrer metade do caminho. Depois, tem que cruzar a metade da metade restante. Em seguida, a metade dessa outra metade. No tempo infinito, a seta estará sempre à metade de sua meta.
Em entrevista ao repórter Valdo Cruz, Gleisi foi inquirida sobre a velocidade de tartaruga dos programas de investimento do governo. Qual é a causa? “O ritmo da burocracia”, respondeu. “As pessoas são acostumadas, no poder público, a deixar as coisas quase que se resolverem por conta própria. A burocracia vai resolvendo as coisas no seu ritmo.”
Para Gleisi, “o principal desafio do setor público é resolver o ritmo da burocracia e fazer com que as pessoas tenham compromisso com o resultado.” Como fazer? “É um processo”, disse ela. “Não vamos fazer isso do dia para a noite, mas temos de começar.”
Considerando-se que o PT está a caminho de completar 11 anos na Presidência da República, o brasileiro é tentado a concluir que “do dia para a noite” agora quer dizer “nunca”.
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