sábado, 6 de fevereiro de 2010

Defesa alega que é 'papel rascunhado', não bilhete

Por Felipe BRASÍLIA
Estadão


Os advogados de José Roberto Arruda negaram seu envolvimento no pagamento de suposta propina ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra. Segundo ele, o bilhete entregue pelo jornalista à PF continha apenas anotações pessoais. "Aquilo não se trata de um bilhete. É um papel rascunhado", afirmou o advogado José Gerardo Grossi. O papel, de acordo com a defesa, teria sido retirado indevidademente da mesa de trabalho de Arruda. "Ele deixa à mesa uma profusão de papéis. Papéis que são anotações, que não são bilhetes, não têm destinatários e não têm assinatura. O desvio de um papel reservado para uso de um terceiro será cobrado", completou o advogado Nélio Machado.

A defesa de Arruda enfatizou que Antônio Bento da Silva, o servidor público preso pela PF ao entregar os R$ 200 mil da suposta propina, trabalhava para Sombra no jornal O Distrital. Em petição protocolada ontem no STJ e destinada ao ministro Fernando Gonçalves, Arruda diz que os dois eram "comparsas". "O caso é intrigante e a verdade está muito longe da fábula arquitetada pelo sedizente jornalista Sombra, ligado umbilicalmente ao também profissional de imprensa, Antonio Bento, não sendo de se descartar que a prática de ambos ostentasse possível coloração que não carece de explicitação por expressar o mau jornalismo, contaminado e viciado por propósitos desataviados do dever de informar, com lealdade e correção."

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