sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Secretário de Comunicação do DF deixa cargo

Ele é acusado por Sombra de ser mensageiro de Arruda em tentativa de suborno

Lais Lis, do R7, em Brasília

O secretário de Comunicação do governo do Distrito Federal, Welington Moraes, afirmou nesta sexta-feira (5) que pediu exoneração do cargo depois de ser acusado pelo jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Edson Sombra, de ser um dos interlocutores da suposta tentativa do governador do DF, José Roberto Arruda, de suborná-lo.

- Estou de férias e não volto mais para o governo.

Em entrevista ao R7, Sombra afirmou que o governador Arruda teria oferecido R$ 3 milhões para que ele realizasse três missões para ajudar a livrar o governador das denúncias de corrupção. De acordo com Sombra, a primeira parcela de R$ 1 milhão seria paga depois que o jornalista encaminhasse à Polícia Federal depoimento que desqualificasse denúncias feitas por Durval Barbosa, delator do esquema. A segunda parte do dinheiro seria paga se Sombra conseguisse para Arruda vídeos que poderiam comprometer Joaquim Roriz (PSC), desafeto do governador. Segundo sombra, Welington o teria procurado para tratar da proposta.

- Se eu valia R$ 3 milhões, imagina o que está acontecendo por aí. Não é a primeira vez que há tratativas entre eu e o Arruda envolvendo dinheiro. Ele sabe do que eu estou falando. A princípio, quando a proposta veio pelo Geraldo (Naves), seriam R$ 2 milhões. Depois veio o Wellington (Moraes), mas não aconteceu nada, acho que não confiavam nele. Seria R$ 1 milhão pelas cartas de depoimento, R$ 1 milhão pelos vídeos que eu tivesse e R$ 1 milhão se eu conseguisse ajudar junto à Polícia Federal, conseguindo documentos.

Welington negou qualquer envolvimento na negociação. Ele afirmou que foi procurado por Edson Sombra no início de janeiro para que intermediasse uma conversa entre o jornalista e o governador Arruda, mas que negou a proposta de Edson. Welington afirmou que as acusações fazem parte de uma “armação” de Sombra contra ele.

- Em seis governos que eu trabalhei no cargo nunca trabalhei como mensageiro.

Sombra contou à reportagem que Antônio Bento, o servidor público preso em flagrante ao tentar entregar dinheiro ao jornalista, teria oferecido R$ 500 mil como parte do pagamento para que ele mentisse no depoimento à PF.

Bento teria combinado pagar R$ 250 mil antes e R$ 250 mil depois. Mas apareceu apenas com os R$ 200 mil apreendidos pela polícia.

- O dinheiro ficava em uma caixa de lenço de papel fechada dentro do banheiro dele (Arruda).

De acordo com o jornalista, o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM) teria sugerido que o primeiro encontro entre Arruda e Sombra deveria ocorrer na casa do parlamentar. Sombra afirma que não compareceu ao encontro.

O jornalista conta que não faria as acusações sem prova e alega ter arquivos de áudio e vídeo que comprometem Arruda e registram todo o assédio sofrido por ele. Sombra não gosta que o episódio seja chamado de tentativa de “suborno” e afirma que o melhor termo para designar a atuação dos aliados de Arruda seria “tentativa de cooptação”.

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