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Pressão total – Prefeito de Palmas, capital do Tocantins, o petista Raul de Jesus Lustosa Filho disse, durante depoimento à CPI do Cachoeira, que teve a “infelicidade” de ser filmado. Raul Filho, como é conhecido o petista, foi flagrado em vídeo negociando apoio financeiro de Carlinhos Cachoeira em troca de negócios na prefeitura. Raul, que à época da gravação era apenas candidato do PT à prefeitura de Palmas, começou seu depoimento com a leitura de um texto produzido por sua assessoria jurídica e que deixou a sessão da Comissão enfadonha. Sem convencer em qualquer das suas respostas, o prefeito petista não teve sequer o apoio da base alaida, o que mostra que sua expulsão do PT está mais consolidada do que muitos imaginam.
Líder do PPS na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) cobrou de Raul Filho a postura de colocar a cidade que ele administra à disposição do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos. “O senhor coloca Palmas, no vídeo divulgado pela imprensa, como se a cidade lhe pertencesse, como se fosse de sua propriedade privada, oferecendo negócios no setor imobiliário, na coleta do lixo e na exploração do abastecimento de água em troca de ajuda na campanha eleitoral”, disse Bueno.
O parlamentar paranaense referia-se à conversa do prefeito com Cachoeira, assessores de campanha e empresários em um vídeo levado ao ar pelo programa Fantástico e no Jornal Nacional, ambos da Rede Globo. Na fita, Raul Filho discute com o contraventor uma ajuda para a campanha para a prefeitura, que poderia ser um show de Amado Batista, e lista uma série de negócios que Cachoeira poderia explorar na capital do Tocantins.
Empréstimos no BMG
O líder do PPS questionou o prefeito, ainda, sobre empréstimos que a empresa Delta fez no Banco BMG, o mesmo do Mensalão do PT, e que foram pagos pala prefeitura. O prefeito respondeu que houve um período de dificuldade no qual a Delta ficou sem receber e teve de tomar dinheiro emprestado, que foi reposto pela prefeitura. “E a população de Palmas teve de pagar por esses empréstimos com altos juros”.
Enquanto Rubens Bueno falava, um homem interrompeu suas palavras. Os seguranças do Senado pediram que ele se retirasse da CPI porque somente parlamentares podem se pronunciar na Comissão. Quando pediram identificação, souberam que tratava-se de Robledo D’Montalverde da Silva Suarte, secretário municipal de Desenvolvimento Social de Palmas.
Jagunços
O prefeito de Palmas foi acusado por Rubens Bueno de levar “sua entourage e jagunços para intimidar os membros da CPI e lhe defender, em vez de estar lá em Palmas trabalhando pela população”. O deputado começou sua intervenção com reação indignada, na qual perguntou se o depoente havia mesmo declarado, na apresentação inicial na CPI, que deixara o PPS “porque quis buscar respeitabilidade”. Raul Filho disse que retirava a declaração se a houvesse perpetrado.
“O PPS é um partido decente, que tem uma história neste país, que lutou para que o senhor pudesse ser candidato a prefeito”, disse o líder, lembrando que o próprio prefeito informou ter iniciado sua carreira política no PDS. “Não merecia ser acolhido pelo PPS, que é um partido sério”.
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