quinta-feira, 1 de março de 2012

Dilma estuda nomes de fora do PDT para pasta do Trabalho--fontes



ANA FLOR E JEFERSON RIBEIRO - REUTERS no Estadão.com.br
O Planalto planeja tirar o Ministério do Trabalho do PDT e negocia com parte da sigla o apoio a um nome alternativo, revelaram à Reuters fontes do governo nesta quarta-feira.
A gota d'água, segundo as fontes, foi a votação do Funpresp, o fundo de previdência complementar dos servidores públicos, na noite de terça-feira, em que o PDT votou majoritariamente contra a orientação do Planalto, de aprovar a proposta.
A alternativa que vem sendo negociada pela área de articulação política com o aval da presidente Dilma Rousseff inclui indicar para a pasta dois nomes, os dos deputados Hugo Leal (PSC/RJ) e Alex Canziani (PTB/PR).
Leal, que já foi do PDT, é considerado pelo Planalto um nome com trânsito no partido que ocupou a pasta até a saída, em dezembro, de Carlos Lupi.
Presidente da sigla, Lupi deixou o ministério depois que denúncias de irregularidades levaram a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendar sua demissão. A pasta do Trabalho é ocupada interinamente pelo ministro Paulo Roberto Pinto.
Segundo confirmaram fontes próximas a Dilma, ela simpatizava com dois nomes no PDT, o dos deputados Brizola Neto (RJ), vetado por Lupi, e de Vieira da Cunha (RS), vetado por parte da bancada na Câmara.
Parte do impasse se deve ao fato de que Dilma tem ligações históricas e até afetivas, de acordo com pessoas próximas, com o PDT, partido do qual fez parte até o ano de 2000.
Além de se manifestar contra o Funpresp, o PDT é considerado pelo Planalto "pouco fiel" nas votações de interesse do governo, de acordo com as fontes ouvidas pela Reuters. Outro exemplo foi a votação do salário mínimo, no início de 2011.
PRESSÃO NA BASE ALIADA
Com a escolha nesta quarta-feira do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o Ministério da Pesca e Aquicultura, aumentou a pressão do PDT e do PR por uma solução para o impasse que envolve seus espaços na Esplanada.
Assim como o PDT, o PR também se sente pouco atendido pelo governo desde a saída do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM). O atual ministro, Paulo Sérgio Passos, apesar de filiado ao PR, não conta com o apoio das bancadas do partido no Congresso.
A insatisfação do PR, que ainda decide se está ou não na base aliada de Dilma, já afeta as alianças em formação para as eleições municipais de outubro. O principal problema é São Paulo, onde a entrada do tucano José Serra na disputa esvaziou boa parte do apoio do PT e aumentou a necessidade do partido do ex-presidente Lula ter a seu lado o PR.
Como forma de pressão, o PR ameaça lançar Tiririca (SP), deputado mais votado do Brasil em 2010, à Prefeitura paulistana.
Candidatos do PT e da base ouvidos pela Reuters já se queixam da demora na definição do Planalto em relação ao PR e ao PDT por causa da costura municipal. 

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