NÁDIA GUERLENDA
MÁRCIO FALCÃO na Folha.com
Em meio às dicas de como conquistar o eleitor com um ator global, o comando do PSDB cobrou nesta quarta-feira a "nacionalização" do discurso tucano dos pré-candidatos do partido nas eleições municipais.
Outra recomendação para o pleito foi o resgate do legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ataques mostrando problemas de gestão do PT.
A receita tucana foi repassada pelo presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), o senador Aécio Neves (MG) e outros integrantes da direção tucana a 60 pré-candidatos das 100 maiores cidades do país.
Por problemas de agenda, o pré-candidato em São Paulo, José Serra, não compareceu.
Segundo Guerra, mais do que ter diretórios em todo o país, é preciso trabalhar a coesão. Ele citou o PT como referência em unidade.
"Quando se fala em nacionalizar o PSDB, não é ter diretórios em todo lugar , o fundamental é que o PSDB seja o mesmo em todo lugar, tenha o mesmo discurso"
E completou: "Não tenho a menor simpatia pelo PT. Mas é verdade que se você ouve um petista falar em Florianópolis e outro no Piauí, o discurso pode não ser o mesmo, mas é parecido em virtudes e defeitos. O discurso do PT é o mesmo em todo o lugar", disse.
Para o presidente da legenda, o PSDB precisa ter militantes "vivos", capazes de divulgar as bandeiras do partido. Ele creditou a derrota na última eleição presidencial em parte pela falta de empenho da militância.
Guerra destacou ainda que foi preciso a presidente Dilma Rousseff reconhecer a importância do ex-presidente Fernando Henrique para o PSDB ter coragem de explorar isso. O tucano disse que a rejeição aos oito anos de FH foi insuflada por conta de avaliações de marqueteiros.
"Nas últimas campanhas de presidente, nós fizemos um erro muito forte. No primeiro momento, nos colocamos para baixo, preocupados com a rejeição ao FHC. Nós praticamente escondemos o legado, nas outras campanhas não valorizamos".
O deputado criticou a aproximação de candidatos tucanos com a gestão Lula. "O conteúdo nas últimas campanhas era sempre 'sou um excelente candidato e eu posso fazer melhor do que o Lula fez', ou seja, nós do PSDB nos apresentávamos como alguém que queria continuar o Lula e fazer melhor do que o candidato do Lula. Essa tese não prevaleceu e causou confusão na opinião publica".
Aécio sugeriu que os candidatos tucanos nacionalizem parte da campanha local, discutindo temas nacionais e repassando para o eleitor o que o PSDB pensa sobre essas questões.
"A homogeneidade no discurso do PSDB nas questões nacionais será um diferencial", afirmou.
Deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Vitória (ES), Luiz Paulo Vellozo Lucas disse para os tucanos evitarem alianças que possam comprometer a gestão. "Se lotearmos as secretarias com aliados para aumentar o tempo de TV, quando chegarmos lá, pagaremos o preço", disse.
"Vamos lembrar 2012 como o ano de reação do PSDB", completou.
No encontro, os pré-candidatos receberam dicas de postura para a propaganda na TV. Ao defender que "a forma é mais importante que o conteúdo", o ator Odilon Wagner sugeriu muito treino, engajamento nas mídias sociais e, especialmente, apresentarem um discurso novo, contando histórias de cidadãos que passam problemas antigos e mostrando soluções.
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