da Agência Brasil
Brasília – Atos promovidos pela sociedade civil em São Paulo e no Rio de Janeiro marcarão, domingo (24), a passagem do Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações de Direitos Humanos e para a Dignidade das Vítimas. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear o arcebispo de San Salvador, Óscar Romero, assassinado nesse dia, em 1980, por se recusar a ficar em silêncio perante a violência, os abusos e a injustiça em El Salvado.
No Brasil, os eventos farão referência às arbitrariedades da ditadura militar (1964-1985) e contarão com a presença de integrantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída em maio de 2012 com a finalidade de apurar as graves violações de direitos humanos naquele período.
Em São Paulo, o ato, organizado pelo Movimento de Artistas pela Verdade em São Paulo, será realizado nas escadarias do Centro Universitário Maria Antônia, da Universidade de São Paulo (USP), na rua de mesmo nome. O local foi escolhido para lembrar a chamada Batalha da Maria Antônia, travada em 3 de outubro de 1968. Na ocasião, integrantes do Comando de Caça aos Comunistas, abrigados na Universidade Presbiteriana Mackenzie, enfrentaram alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, que funcionava no local à época. Um estudante de segundo grau de uma escola vizinha foi morto por uma bala perdida durante a batalha e o prédio da USP foi incendiado.
A psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da CNV, falará sobre a importância da data. Em seguida, haverá um evento teatral/musical sob a direção de Sérgio Carvalho e a Companhia do Latão.
No Rio de Janeiro, o evento, promovido pelo Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça e pelo Instituto Augusto Boal, terá participação de duas intergrantes da CNV, Maria Rita Kehl e Rosa Cardoso. Além de apresentações culturais, haverá a leitura de depoimentos de sobreviventes da tortura.
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