segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dilma projeta mínimo de R$ 616 em 2012


Edson Sardinha no Congresso em foco

Em seu programa semanal de rádio, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou a disposição do governo de elevar para R$ 616 o salário mínimo em 2012. Esse valor havia sido sinalizado anteriormente pela equipe econômica para convencer a base aliada no Congresso a votar a proposta do Executivo. Segundo ela, a partir de agora o país tem uma lei de valorização salarial que dá “segurança e estabilidade” ao trabalhador que ganha salário mínimo. “Nós queremos é continuar a valorização do salário mínimo para gerar riquezas e para fazer a roda da economia girar com vigor, porque o salário mínimo tem impacto direto na vida das pessoas e na economia do país”, declarou a presidenta.

A lei que fixa o piso em R$ 545 e define a política de valorização do mínimo até 2015 foi sancionada na sexta-feira (25) pela presidenta e publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU). 

Dilma também comentou sobre as 152 mil vagas de emprego geradas em janeiro. Para ela, os números são um "sinal importante". “Desde 92, o governo acompanha o mercado de trabalho, e nunca havia registrado um crescimento das vagas tão grande no mês de janeiro como aconteceu no ano passado e este ano – isso é a roda da economia girando. E se depender do empenho do meu governo, tenha certeza, essa roda vai girar mais e mais, vai ajudar o país a gerar riquezas, a reduzir a pobreza e a construir uma vida melhor para todos e todas”, afirmou a petista no Café com a Presidenta:

Leia a íntegra do programa:

“Apresentador: Presidenta, definido o salário mínimo de R$ 545,00, valendo a partir de amanhã, 1º de março. E, junto com ele, o Congresso aprovou as regras para os aumentos do mínimo nos próximos quatro anos. Como é que vai ser isso, presidenta? 

Presidenta: Olha, Luciano, esse é um momento importante para o trabalhador. E o principal é que agora temos uma lei que dá segurança e estabilidade para o trabalhador e para a trabalhadora que ganha um salário mínimo. Na sexta-feira, eu assinei a lei que cria a política de longo prazo de valorização do salário mínimo, com ela, todos sabem de antemão quais são as regras e os critérios de aumento do salário mínimo, daqui até 2015. 

Apresentador: E como estas regras vão funcionar? 

Presidenta: Primeiro, Luciano, eu quero lembrar que a Lei de Valorização do Salário Mínimo consolida um acordo fechado pelo governo Lula com os trabalhadores, por meio das centrais sindicais, ainda em 2007. A primeira regra, Luciano, acertada é a seguinte: é preciso garantir que o salário mínimo não perca o valor e, para isso, ele precisa acompanhar a inflação. Porque se o preço do alimento subir, o preço do transporte subir, o preço das roupas subir, o salário também tem que subir junto. 

Apresentador: Isso é a chamada correção pela inflação, não é? 

Presidenta: Isso mesmo, Luciano. Mas dar apenas a inflação não é suficiente para aumentar o poder de compra do salário mínimo ao longo do tempo. Todo mundo merece melhorar de vida, não é? Então, o que ficou acertado é a segunda regra: além da inflação, o salário mínimo tem que ter um ganho real, uma valorização. E este aumento real deve acompanhar o crescimento da economia. Você sabe, não é, Luciano, que aumento da economia aparece em um número chamado Produto Interno Bruto, o PIB, é ele que todo ano diz se a economia cresceu ou não, e quanto ela cresceu. 

Apresentador: Sei. Nós, jornalistas, gostamos de simplificar, dizendo que o PIB mostra como foi a produção de riquezas do país. 

Presidenta: É essa a ideia. Quando o país produz mais riquezas, o trabalhador também deve ganhar mais. É esse ritmo da economia que o salário mínimo passou a acompanhar, Luciano. 

Apresentador: Quer dizer, se a economia cresce, ótimo; mas se ela cai, o trabalhador perde salário? 

Presidenta: Não, Luciano, o trabalhador não perde salário. Quando a economia não cresce ou mesmo diminui, o cálculo do reajuste considera que o crescimento do PIB foi zero, nulo – não há desconto de salário mínimo. Mas o mínimo, ainda nesse caso, tem a correção pela inflação. É o que aconteceu em 2009. A economia caiu, o mínimo não caiu, ele vai ser corrigido agora pela inflação e por isso vai chegar a R$ 545,00. 

Apresentador: Então, o salário mínimo cresce menos, mas o poder de compra fica garantido? 

Presidenta: Isso mesmo. O trabalhador, Luciano, fica protegido. 
Apresentador: Presidenta, com esta lei agora aprovada já daria para imaginar o salário mínimo de 2012? 

Presidenta: Olha, Luciano, fazendo uma conta rápida, já que ainda não temos todos os números, estará em torno de 13%, mais ou menos, o aumento. Porque a economia cresceu bastante no ano passado, acima de 7%, mais a inflação de 2011, vamos chegar, nós estamos calculando, a um salário mínimo de R$ 616,00 no início do ano que vem. Com essa regra aprovada no Congresso, Luciano, vai ser um ganho real importante, você não acha? 

Apresentador: A senhora tem uma avaliação dos resultados dessa política nos últimos anos? 

Presidenta: Veja, Luciano, o que nós queremos é continuar a valorização do salário mínimo para gerar riquezas e para fazer a roda da economia girar com vigor. Porque o salário mínimo tem impacto direto na vida das pessoas e na economia do país. Isso significa mais comida na mesa, uma vida melhor para muita gente, e mais dinheiro circulando, não é, Luciano, o que faz a roda da economia girar. 

Apresentador: É verdade. E quando a economia gira, aumenta a oferta de emprego. 

Presidenta: É isso aí, uma coisa puxa a outra. O salário sobe e as pessoas compram mais, as vendas crescem, a produção aumenta e novos empregos aparecem. Uma comprovação disso é a quantidade de empregos criados agora em janeiro: 152 mil novas vagas. É um sinal importante. Olha, desde 92, o governo acompanha o mercado de trabalho, e nunca havia registrado um crescimento das vagas tão grande no mês de janeiro como aconteceu no ano passado e este ano – isso é a roda da economia girando, Luciano – e se depender do empenho do meu governo, tenha certeza, essa roda vai girar mais e mais, vai ajudar o país a gerar riquezas, a reduzir a pobreza e a construir uma vida melhor para todos e todas. Por isso, Luciano, lema do meu governo é: país rico é país sem pobreza. 

Apresentador: Você ouviu a presidenta Dilma Rousseff falando sobre emprego e sobre a nova lei de valorização do salário mínimo. Obrigado, presidenta, pelas informações, e até semana que vem. 

Presidenta: Eu te agradeço muito, Luciano. Tchau."

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