sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Juro pode subir ‘acima do previsto’, admite ministro


no Josias de Souza


O Palácio do Planalto já trabalha com a hipótese de o Banco Central alterar o ritmo do conta-gotas da taxa básica de juros (Selic).
Dava-se de barato que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevaria os juros em 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (2).
Agora, admite-se que o índice pode ser tonificado em patamar acima do previsto –0,50 ou até 0,75 ponto percentual.
Um congressista da linha de frente do consórcio governista foi a um ministro do primeiro time da equipe de Dilma Rousseff.
Conversaram sobre o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011, que o governo anunciou há duas semanas.
O parlamentar disse ao auxiliar da presidente que se alastra no seu partido uma apreensão com a demora no detalhamento da incisão.
Saiu da conversa mais inquieto do que entrou. O ministro como que preparou o interlocutor para a onda de más notícias.
Informou que o talho no Orçamento deve ser esmiuçado na próxima quarta, mesmo dia da reunião do Copom.
Reforçou a informação de que a lâmina será especialmente draconiana com as emendas de parlamentares. E compartilhou os receios quanto aos juros.
Insinuou que os aliados do governo devem se preparar com antecedência para o embate com a oposição no Legislativo.
Avaliou que, confirmando-se a aceleração na alta dos juros, os rivais do governo subirão o tom das críticas. Encomendou empenho nas respostas.
O que dizer?, inquiriu o mandachuva partidário. E o ministro: o argumento é o de que não se pode brincar com o risco de descontrole da inflação.

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