da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Museu da República, de onde foi roubada terça-feira (2) a pena de ouro que o ex-presidente Afonso Pena recebeu de presente do Exército, não dispõe de câmeras de segurança por falta de uma rede elétrica mais moderna, informou hoje (4) a diretora Magaly Cabral.
Segundo a dirigente, a oportunidade do roubo também foi criada devido ao número de seguranças reduzido, contando com uma equipe de 12 pessoas, problema do qual diz se queixar desde 2010. A Polícia Federal está investigando o crime.
A diretora conta que o roubo aconteceu entre as 15h45 e as 16h de terça-feira, quando um visitante ficou sozinho na sala em que estava a pena. Segundo ela, o guarda que o vigiava se retirou para acompanhar a chegada de outro grupo a uma das mais de 20 salas do museu, e nesse momento houve o crime.
De acordo com Magaly - que também dirige o Museu Palácio Rio Negro, em Petrópolis, onde enfrenta o mesmo problema - para instalar o sistema elétrico necessário para que o museu recebesse as câmeras, seria preciso um investimento de R$ 630 mil, superior aos recursos para obras e atividades culturais nas duas casas culturais juntas - R$ 600 mil. "Nem uso a verba para atividades culturais, só para obras", diz Magaly.
Outros guardas também teriam visto o visitante sair nervoso do museu e devem contribuir para a Polícia Federal fazer um retrato do suspeito. A diretora do museu disse que filmagens feitas por câmeras no entorno do museu também devem ser usadas nas investigações.
O diretor de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Cícero de Almeida, disse que o Ibram tem investido na melhoria da segurança dos museus, como o treinamento que foi realizado semanas atrás com servidores para a gestão de risco dos acervos. Outra medida que será adotada é o repasse de recursos do PAC Cidades Históricas, que deve beneficiar, entre outros, o Museu da República.
Ao analisar o panorama dos museus, o diretor reconhece que há condições frágeis de segurança em alguns museus, mas aponta um agravante para o problema: "A segurança nem sempre é privilegiada na gestão. Os museus não têm o mesmo entusiasmo para tratar da questão de segurança que têm para tratar das questões culturais".
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