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do Josias de Souza
Para calar a boca dos que acusam o Brasil de ser o país da impunidade, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu punir Antonio Palocci.
As línguas viperinas da oposição decerto gritarão: demoroooooou! O ex-chefão da Casa Civil já deixou o governo faz cinco meses.
Bobagem. A comissão que zela pela ética não tardou tanto assim. Mais importante: não falhou. Melhor: foi pra cima do bambambã das consultoria$.
Você deve estar se perguntando, entre aflito e curioso: em que consiste a punição? Quais são os princípios, as razões?
O repórter recomenda aos seus 22 leitores que puxem a cadeira. Mera precaução, para que ninguém caia sentado de espanto. Preparado? Então, lá vai:
Palocci recebeu uma “censura ética”. Nada a ver com aquela bonança patrimonial que levou Anthony Garotinho a chamá-lo de “pedra preciosa, diamante de R$ 20 milhões.”
Deve-se a censura ao fato de Palocci ter alugado em São Paulo um apartamento registrado em nome de um proprietário-laranja.
Você agora deve estar se indagando, entre surpreso e descrente: qual será a consequência prática?
Vai-se anotar na ficha de Palocci que, no exercício de cargo público, ele incorreu em deslize ético. E daí?
Nada impede que Palocci volte a exercer funções no governo. Pode até cometer novos atentandos contra o pudor ético. Mas vai ter que ficar vermelhinho.
Se não ruborizar a face, arrisca-se a tomar outra “censura ética”. O Brasil agora é outro, companheiro!
- Em tempo: A Comissão de Ética da Presidência decidiu também abrir processo contra o ministro do Trabalho. Requereu informações. Tremei, Carlos Lupi!
foto por Lula Marquer/Folha
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