sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Movimento pela igualdades dos gêneros no Brasil


no Bem Paraná

No Brasil, as mulheres são maioria nas universidades, representam 60% dos trabalhadores e em 35% das famílias brasileiras elas são as chefes do lar. Porém, mesmo assim, vivem uma tímida ascensão feminina em um cenário em que mesmo com cargos iguais aos dos homens, elas têm salários menores. Para buscar a igualdade de gênero em empresas e comunidades, mais de 50 organizações — entre empresas, ONG’s, entidades de classe e poder público — assinaram um termo de compromisso que faz parte do recém-lançado “Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher”.
A formalização do movimento aconteceu ontem, em São Paulo, e reuniu estudiosos, políticos, imprensa e representantes de empresas interessadas no assunto. Além da igualdade de gêneros, que segundo estudos contribuiria para o desenvolvimento de qualquer nação, ficou claro no evento que uma maior parcela de representantes do sexo feminino em entidades, reverteria imediatamente no crescimento econômico da empresa, e conseqüentemente do País como um todo.

Estudos da consultoria McKinsey divulgados no evento revelaram que ao reduzir a distância entre homens e mulheres no mercado de trabalho, poderia se aumentar a renda per capita em 20% até 2030. Outro dado da organização americana Catalyst mostra que as companhias com mais mulheres em cargos de liderança têm melhores resultados financeiros.
“Assim como disse a presidente Dilma, a valorização da mulher é o caminho mais rápido para gerar o desenvolvimento da economia. Está comprovado que companhias com mais mulheres em cargos de liderança têm melhores resultados financeiros”, disse Marcos Samaha, presidente do Walmart, empresa organizadora do movimento. Para chegar em seu objetivo, o movimento, também chamado de “+ Mulher 360”, pretende fomentar iniciativas para a inclusão de mulheres, o desenvolvimento social e a formação de lideranças femininas. Essas iniciativas serão baseadas em pilares que vão desde o estímulo da participação feminina em toda a cadeia, a promoção do empoderamento das mulheres e também a qualificação da imagem da mulher na sociedade.
“Conversamos com diversas empresas, discutimos e traçamos compromissos em conjunto para garantir o resultado das ações em todos os níveis”, assegurou Samaha. Até o momento, o movimento teve a assinatura de 50 empresas parceiras, que assumiram os compromissos propostos, e dezesseis colaboradores, que oferecem suporte conceitual e técnico às empresas participantes.
Junia Puglia, coordenadora do Programa da ONU Mulheres, uma das entidades que apoia o movimento, acredita que o empoderamento das mulheres será a base para a igualdade de oportunidade entre os gêneros.  Para garantir a troca de informações e o acompanhamento do movimento, foi criado um portal de conteúdo com atualizações, materiais de referência  e informações. O site pode ser acessado pelo endereço www.movimento mulher360. com.br.

(Enviada especial a São Paulo)

A mulher na economia mundial
O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola indica que a porcentagem de terra pertencente a mulheres é inferior a 2%
Estima-se que no universo de mais de 1 bilhão de pessoas que vivem na extrema pobreza no mundo, 70% sejam mulheres
Cerca de 72% dos 33 milhões de refugiados em todo o mundo são mulheres e crianças
As mulheres já representam aproximadamente 40% da força de trabalho global
No Brasil, na década de 70, as mulheres eram menos de 20% dos trabalhadores brasileiros. Este número passou para 43,95 em 2009 e hoje já chega a 60%
35% das famílias no Brasil são chefiadas por mulheres

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