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O comitê de direitos humanos da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta terça-feira a Síria pelos oito meses de repressão aos protestos pró-democracia, numa votação apoiada por países do Ocidente e por alguns Estados árabes.
A resolução, elaborada por Grã-Bretanha, França e Alemanha, recebeu 122 votos a favor, 13 contra e 41 abstenções. Os Estados árabes que votaram a favor incluem Barein, Jordânia, Kuweit, Marrocos, Catar, Arábia Saudita e Egito.
Rússia e China, que vetaram o esboço de uma resolução europeia que teria condenado a Síria no Conselho de Segurança da ONU no mês passado, votaram contra.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Ja'afari, afirmou que a resolução não tinha significado para Damasco e a classificou como um movimento político inspirado pelos Estados Unidos.
"Apesar do fato de que o esboço da resolução foi... basicamente apresentado por três países europeus, não é nenhum segredo que os Estados Unidos da América são... o principal mentor por trás da campanha política contra meu país", disse ele.
"Essa resolução não tem importância para os direitos humanos, exceto que faz parte de uma política americana contra o meu país", acrescentou.
Ja'afari mostrou a delegados o que disse ser documentos contendo os "nomes de terroristas presos enquanto traficavam armas pelas fronteiras da Síria." Ele disse que os documentos ofereciam provas claras do complô liderado pelos EUA para derrubar o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
A resolução diz que o comitê "condena veementemente a continuação grave e sistemática das violações aos direitos humanos pelas autoridades sírias, como execuções arbitrárias, uso excessivo da força e da perseguição e morte de manifestantes e defensores dos direitos humanos."
O documento também condena "detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e maus tratos de detidos, incluindo crianças" e exige um fim imediato a todas essas violações.
Assad enfrenta há oito meses manifestações de rua e crescente oposição armada, o que tem aprofundado o isolamento internacional de seu governo e a crise econômica síria.
E, apesar dos relatos de deserções entre soldados, Assad vem mantendo a lealdade da maioria dos militares e autoridades do governo. Ele diz que não cederá à pressão internacional para pôr fim á repressão aos opositores, que descreve como "terroristas armados".
A ONU diz que 3.500 pessoas foram mortas na repressão. As autoridades sírias culpam grupos armados e dizem que 1.100 policiais e soldados morreram em ataques.
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