RIO DE JANEIRO, 2 Abr (Reuters) - A burocracia aeroportuária no Brasil é mais um fator que afeta a competitividade do país, segundo um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que aponta que o tempo de liberação de uma carga no país é quase 55 vezes maior que nos terminais de Xangai e Singapura.
O levantamento mostra que no país o tempo médio de liberação de uma carga é de 175 horas, ou seja mais de uma semana, enquanto em Xangai e Singapura é de 4 horas.
"Esse é um Brasil que não acordou para a necessidade de ser competitivo num mundo global", declarou a jornalistas o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.
O estudo da Firjan foi feito com base nos 5 aeroportos monitorados pela Infraero com terminais de cargas: Campinas, Manaus, Porto Alegre, Guarulhos e Galeão.
Enquanto uma carga em Campinas é liberada em média a partir do quinto dia, ou 101 horas depois, no Galeão, o despacho acontece a partir do décimo dia, ou 217 horas depois.
Duas medidas, segundo a Firjan, seriam suficientes para aumentar a competitividade e reduzir a ineficiência aeroportuária do país, como o funcionamento dos órgãos de aduana 24 horas por dia e a adoção do regime de guichê único nos aeroportos.
"Hoje no Brasil é como se você fizesse uma compra em um supermercado e tivesse um caixa para cada mercadoria. O que nós queremos é que o Brasil faça o que os outros país mais competitivos fazem. Um caixa para todas as mercadorias", disse a Reuters o gerente da Firjan, Riley Oliveira, especialista em competitividade.
Atualmente, 16 Ministérios e 26 órgãos estão envolvidos na liberação de cargas nos terminais brasileiros.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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