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Agência Brasil
Brasília - A volta dos trabalhos legislativos nesta quinta-feira (2) deve ser
marcada pelo debate em torno de matérias prioritárias para o Congresso Nacional
em ano de eleições. Em função do pleito municipal que vai ocorrer em outubro, o
Parlamento deve ficar paralisado a partir de junho, quando os deputados e
senadores passarão a ficar mais tempo nos estados participando das campanhas de
seus candidatos.
A sessão solene de reabertura dos trabalhos do Congresso será às 16h no
plenário da Câmara. A previsão é que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, leve a mensagem oficial da presidenta Dilma Rousseff pelo reinício das
atividades legislativas. Outros ministros também devem participar da
solenidade.
Com o tempo reduzido para votar matérias polêmicas, o governo procura afinar
o discurso com a base aliada para definir os projetos preferenciais na lista de
votações. Entre esses temas há preocupação especial com a reforma do sistema
previdenciário dos servidores públicos federais, que deve ser feita por meio da
criação da Fundação
Nacional de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais
(Funpresp). O projeto tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados e
deverá ser votado em plenário até o carnaval. Depois disso, a matéria terá de
ser analisada pelo Senado.
Outro tema prioritário será a votação da Lei
Geral da Copa, que vai estabelecer uma série de regras para a realização dos
jogos de 2014 e da Copa das Confederações, que ocorrerá em 2013. A matéria é
polêmica e vem sendo negociada na comissão especial criada na Câmara desde o ano
passado. Em dezembro, algumas tentativas de votar o atual texto substitutivo do
relator Vicente Cândido (PT-SP) foram frustradas pela falta de acordo. Se houver
aprovação na comissão, o texto deverá seguir para o plenário e depois para o
Senado. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já declarou que espera que toda a
tramitação da matéria esteja concluída até março.
O governo também quer votar em março o novo Código Florestal, cujo texto já
passou pela Câmara e pelo Senado e depende agora da última votação na Câmara
para ser aprovado em definitivo. Entre os trechos mais polêmicos do substitutivo
aprovado no Senado está a determinação de que as áreas desmatadas irregularmente
até 2008 sejam consideradas consolidadas, e que os produtores que desmataram
depois desse período sejam obrigados a recompor as suas reservas legais. Além
disso, o relator no Senado, Jorge Viana (PT-AC), permitiu em seu texto a redução
das áreas de preservação em torno de rios e topos de morros, o que provocou
desentendimentos com os ambientalistas.
Outra matéria que deverá receber atenção especial para entrar na ordem do dia
é o projeto de lei que trata da distribuição dos royalties do petróleo.
A proposta criada no Senado já foi aprovada na casa em outubro do ano passado e
está parada na Câmara. Uma comissão especial foi criada para discutir o assunto,
mas ainda não iniciou os trabalhos. Se o texto for modificado pelos deputados,
terá que retornar ao Senado para última análise.
Há ainda matérias relevantes para o Parlamento. Entre elas, está a aprovação
em definitivo na Câmara do novo
Código de Processo Civil, cujo texto foi criado por uma comissão de juristas
no Senado e aprovado pelos senadores. A matéria está atualmente recebendo
modificações em comissão especial na Câmara.
Outro código que está sendo reformado pelo Congresso é o penal, que também
passa por análise de uma comissão de juristas convidados pelo Senado. O texto
deverá constar entre as prioridades de votação do Parlamento neste ano
eleitoral.
Antes de analisar qualquer uma dessas matérias, no entanto, os parlamentares
terão que votar as medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta da Câmara. São
cinco MPs que já impedem a votação de outras matérias e outras dez que estão
prontas para serem votadas. Todas essas medidas serão enviadas ao Senado em
seguida, e também chegarão trancando a pauta dos senadores.
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