PÃO DE AÇUCAR E CARREFOUR
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que o BNDESPar colocaria R$ 4 milhões na companhia formada por Carrefour e Pão de Açúcar porque é um negócio estratégico para internacionalizar uma empresa brasileira, abrir mercado para o país lá fora. Eu discordo dessa ideia. Não é a melhor maneira de entrar no mercado francês ou europeu.
A França é muito protecionista, subsidia a produção local, cria barreiras. O Carrefour está no Brasil há décadas, por que agora, se o BNDES entrar de sócio, teríamos a estrada aberta para a França? Não, as barreiras continuarão lá.
Estratégico é enfrentar problemas graves ao comércio, não colocar o BNDES como sócio de um supermercado. Isso não torna o Brasil mais forte numa economia globalizada.
O negócio já começa com uma sombra, há uma briga entre os sócios privados - o Cassino acusa o Pão de Açúcar de quebra de contrato. Imagine o BNDES entrando num negócio que pode parar na Justiça.
Porque os que construíram a arquitetura financeira não procuraram os bancos privados, por que um banco público? O Estado tem de entrar com a lei de defesa da concorrência para ver se há concentração ou não. Tem de ter uma postura de regulador, não de sócio.
Não consigo achar que será bom para o consumidor, para o contribuinte, para o Estado e para os exportadores. Estes precisam de menos impostos e melhores estradas e portos, não que o BNDES que, ultimamente tem entrado em operações muito discutíveis, tenha parcela de ações num supermercado francês. É um caminho longo demais para dizer que está defendendo a exportação brasileira.
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