Ed Ferreira/AE - 02.09.2011 José Dirceu durante Congresso do PT, quando foi aclamado como 'guerreiro do povo brasileiro |
Segundo texto apresentado ao STF, 'não há qualquer elemento no processo que possa sequer sugerir que Dirceu tinha conhecimento de questões relacionadas à administração ou finanças'
Fausto Macedo / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), em alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), rechaçou uma a uma as acusações que pesam contra ele no caso mensalão.Em 160 páginas subscritas por seus advogados, José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, o ex-ministro rebate a acusação de que controlava as ações do PT.Segundo eles, “não há qualquer elemento no processo que possa sequer sugerir que Dirceu tinha conhecimento de questões relacionadas à administração ou finanças do PT no período que esteve à frente da Casa Civil”.
Dirceu sustenta que as provas demonstram que ele “não mantinha vínculos com Marcos Valério (suposto operador do mensalão), sendo completamente descabida a alegação de qualquer espécie de relação entre ambos, quanto mais de confiança”.
“A análise do processo demonstra a falta de lógica no raciocínio da acusação, uma vez que parlamentares supostamente corrompidos integravam a base aliada, ocupavam ministérios e sempre votaram a favor do governo Lula, que já apoiavam até mesmo durante as eleições de 2002”, argumentam Oliveira Lima e Dall’Acqua.
Os criminalistas também anotam que a Procuradoria-Geral da República “não consegue estabelecer qualquer relação entre saques e votações, pressuposto indispensável para as acusações de corrupção”.
Dirceu diz que “ficou provado que a secretaria financeira do PT agia com plena autonomia e que ele, afastado do partido, não tinha qualquer interferência em suas ações”. “Todos os testemunhos corroboram as declarações do próprio Delúbio Soares (ex-tesoureiro), que sempre negou ter agido sob influência de Dirceu. Todas as provas mostram que Delúbio atuava com independência e sem a necessidade de ciência ou anuência de Dirceu.”
Leia na íntegra as alegações finais de José Dirceu
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