Em texto no Facebook, ela diz que seus projetos não eram considerados prioritários
Roberta Pennafort, de O Estado de São Paulo
RIO - Fora do Ministério da Cultura há uma semana, quando pediu demissão, por divergências com a ministra Ana de Hollanda, a ex-secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Marta Porto, postou no Facebook um longo texto em que critica a atual gestão, intitulado "Um projeto de cultura para o país". "Só tem sentido estar à frente de um cargo público se há espaço e confiança para desenvolvermos um projeto de verdade, com as redes da cultura, mas também dos direitos humanos, da infância, da juventude, daquelas que ampliam nosso processo democrático", diz, logo no início, respondendo a mensagens de solidariedade recebidas na rede social. "Mas um projeto desses precisa de liderança, de priorização. Não pode ser interditado, mal compreendido. Temos compromisso e história e se podemos avançar, vamos felizes; se não, não há cargo que nos mantenha no lugar."
Ela conta no texto que sua equipe vinha trabalhando "14, 15 horas por dia nesses últimos meses" para elaborar seus projetos, nos quais "o acesso à cultura, as trocas culturais, a conquista das causas que marcam o nosso tempo, como meio ambiente e direitos humanos" seriam uma marca, e procurariam atender "ao chamado da Presidenta Dilma, de 'contribuir para a alma da democracia brasileira'." Marta continua dizendo que a secretaria "fez pouco", mas ressalva que se preparava para divulgar suas propostas, que previam parcerias com os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Agrário, com a Fundação Palmares e a Secretaria Nacional de Juventude. Marta, que tocava o Cultura Viva e os Pontos de Cultura, projetos importantes do MinC que vêm com dificuldades orçamentárias, não deu entrevista depois que deixou o cargo.
Outro problema enfrentado pelo MinC é a greve dos servidores federais, que fechou 14 museus do Rio. Eles pararam há 17 dias e vêm negociando com o Ministério do Planejamento a possibilidade de reajuste salarial de 78% e da regulamentação das gratificações de titulação. A categoria define os rumos da greve numa assembleia marcada para sexta-feira. O MinC programou para o dia 19 o início da 5ª edição da Primavera dos Museus, evento durante o qual são promovidos atividades culturais e debates sobre temas da atualidade, e precisa dos museus abertos para tal.
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