Irany Tereza / RIO - O Estado de S.Paulo
Com patrimônio de US$ 91 bilhões em dezembro de 2010, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, é o 24.º maior fundo de pensão do mundo e o maior da América Latina, de acordo com ranking elaborado pela publicação norte-americana Pensions & Investments.
O crescimento patrimonial da Previ, de 12,6%, ficou acima da média do setor (10,9%), puxado, em grande parte, pelo boom imobiliário e pelo grande crescimento que a Bovespa vinha experimentando antes da crise.
Ricardo Flores, presidente da Previ, atribuiu à boa gestão dos ativos e ao crescimento da economia brasileira a subida de mais um degrau no ranking mundial. Ele afirmou que a liquidez da Previ tem assegurado ao fundo atravessar a crise sem vender títulos que estejam em baixa na Bovespa.
"Não realizamos nenhum prejuízo", diz, usando o jargão de mercado que significa não vender ativos por preço abaixo do desembolsado na compra.
Lembrando que o patrimônio em reais atingiu, no fechamento de 2010, R$ 152 bilhões, Flores afirma que as aplicações em imóveis e em renda fixa complementam o "lastro seguro" dos investimentos em renda variável. Somente em investimentos de risco, como "venture capital" e "private equity", a Previ comprometeu em 2010 em torno de R$ 1 bilhão, cifra que vem aumentando ano a ano.
Flores classificou como normal a participação dos fundos de pensão em compra de títulos na Bolsa de Valores de São Paulo mesmo em períodos mais turbulentos. Em alguns momentos, a entrada forte da Previ, Petros (dos funcionários da Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica) chegou a amortecer quedas da Bovespa, em momentos que bolsas do mundo inteiro desabavam. O movimento chegou a ser interpretado pelo mercado como uma ação combinada dos fundos de estatais, em uma possível intervenção do governo.
"Não fizemos nenhum movimento com esse objetivo. A função de qualquer gestor com responsabilidade é buscar numa crise as oportunidades. Se há ações abaixo do preço razoável e irão subir, vamos adquirir", disse.
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