Prefeito Luciano Ducci, participa da 4ª edição do evento C40 - Large Cities Climate Leadership Group. São Paulo, 01/06/2011 Foto: Maurilio Cheli/SMCS |
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, comemorou a proposta do Bird (Banco Mundial) em ampliar de US$ 6,4 bilhões para US$ 50 bilhões os investimentos destinados a projetos ambientais de cidades integrantes da Rede C40.
"Espero que haja realmente investimentos do Banco Mundial nas cidades que tenham cuidado com a preservação ambiental", disse Ducci em relação ao anúncio do presidente do Bird, Robert Zoellick.
"Espero que haja realmente investimentos do Banco Mundial nas cidades que tenham cuidado com a preservação ambiental", disse Ducci em relação ao anúncio do presidente do Bird, Robert Zoellick.
Emissão - O acordo entre o Bird e a Rede C40 de Grandes Cidades foi feito nesta quarta-feira, 1º de junho, em São Paulo, sede da 4ª edição da cúpula que reúne prefeitos de mais de 40 cidades do mundo para discutir projetos ambientais.
Zoellick disse que a prioridade será para projetos nas áreas de infraestrutura, transportes e saúde. O banco dará apoio à capacitação técnica de cidades que planejam medir a quantidade e a origem das emissões de gases causadores do efeito estufa, o que é fundamental para a definição das metas de cortes da emissão de poluentes.
Parque linear - Ducci lembrou que Curitiba está construindo um dos dez maiores parques linear do mundo, com 45 quilômetros de extensão ao longo das margens do rio Barigui – um dos projetos destacados pela cúpula internacional de prefeitos que poderá receber recursos do banco.
O novo parque, que cruzará 25 bairros, vai transformar antigas áreas de invasão em áreas de preservação, protegendo as margens de toda a bacia do rio. Os investimentos iniciais, com recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento, são de 32 milhões de euros.
“Este novo parque linear, que está sendo criado pelo programa Viva Barigui, vai recuperar um dos rios, cuja bacia ocupa um terço do território de Curitiba, e com certeza vai contribuir na recuperação e no equilíbrio do meio ambiente. É um projeto que se encaixa na proposta do Bird”, disse Ducci.
O novo parque linear de Curitiba vai interligar parques existentes, bosques e recuperar áreas degradadas por ocupações irregulares e favelas, criando um cinturão verde de biodiversidade.
Parques - Três licitações, que somam R$ 28,2 milhões, estão em andamento para a construção de dois novos parques e para obras de reassentamento de 179 famílias e reurbanização da Vila Jardim Acrópole, que fica às margens do Barigui. Outras áreas deverão ser licitadas para receber novos parques.
Os dois novos parques vão ter 210 mil metros quadrados de área em dois trechos, proporcionando a recuperação e preservação de aproximadamente 2.526 quilômetros de margens do rio, numa faixa que varia de 20 a 50 metros.
Ao longo do parque, serão aproveitados trechos do sistema viário existente e criadas novas ligações, inclusive com pistas de caminhadas e ciclovias, formando a Via Parque, uma avenida com paisagismo e arborização, dotada também de sinalização e iluminação exclusivas, que delimitará as áreas de preservação, evitando ocupações irregulares ao longo das margens
Despoluição – Além da criação do parque linear, está em andamento um trabalho de despoluição do Barigui dos afluentes do rio. O trabalho começou pelos rios Uvu e no Belém, onde estão programadas as ações de fiscalização e de educação ambiental.
Nas duas bacias, Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) vai ampliar a rede de coleta de esgotos e manutenção da existente. O investimento será de R$ 11,4 milhões.
O rio Uvu nasce no bairro São Braz, e percorre um trecho de aproximadamente 5 quilômetros até desaguar no rio Barigui, dentro do parque. No Belém, a primeira etapa de obras será no trecho norte, que vai da nascente do rio, no bairro Cachoeira, até a Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico.
Educação ambiental - Atualmente, no trecho norte, a bacia do Belém conta com 91% de rede de coleta de esgoto, contemplando 17.792 imóveis. O problema é que nem todos os imóveis estão ligados à rede, por isso a Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba e a Sanepar intensificarão as ações de fiscalização para também aumentar o índice de ligação à rede disponível.
A educação ambiental, responsável pela mobilização das comunidades do entorno das duas bacias hídricas, é um dos principais componentes do projeto. Outra ação da Prefeitura será o desassoreamento do lago do parque São Lourenço, por onde passa o rio Belém. As obras começam ainda este ano.
Viva Barigui - O parque linear interligará parques, bosques e áreas de lazer já existentes com novas unidades de conservação que serão instaladas, formando um corredor de biodiversidade e de infra-estrutura às margens do rio Barigui.
O Viva Barigui, lançado em 2007, tem por objetivo reverter situações de degradação da bacia, adotando medidas de preservação de nascentes, conservação de ambientes naturais ainda existentes na região. Vai ainda ordenar as áreas de ocupação irregular às margens do rio, em ações acompanhadas da recomposição da vegetação nativa e, conseqüentemente, melhoria da qualidade hídrica da bacia.
Dados - O rio Barigui tem 60 quilômetros de extensão. Nasce em Almirante Tamandaré, a 15 quilômetros de Curitiba, e atravessa a capital do Paraná até desaguar no rio Iguaçu, na divisa com Araucária. Percorre 45 quilômetros em Curitiba.
Em Curitiba, a bacia do Barigui banha 144 quilômetros quadrados do território em 25 dos 75 bairros do município. Ao longo da bacia do Barigui vivem 30% da população de Curitiba (457.571 habitantes).
Os principais afluentes da bacia do Barigui são: rios Uvu, Ribeirão dos Miller, Campo Comprido, Vila Formosa, Cascatinha, Ribeirão do França, Campo de Santana, o córrego Vista Alegre e os arroios do Pulador e do Andrade.
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