Sílvio Guedes Crespo no Estadão
Um artigo publicado no “Financial Times” avalia que a economia brasileira caminha rumo a uma bolha, caso o País não faça reformas estruturais nem tome medidas para frear o consumo.
“Inevitavelmente, essa combinação de moeda forte, euforia dos investidores estrangeiros, aumento do consumo e gargalos que sufocam a capacidade de responder à crescente demanda torna tudo mais caro. Enquanto o Brasil permanece uma nação muito pobre, é atualmente uma das mais caras do mundo”, afirma o autor, Moisés Naim, ex-editor-chefe da revista “Foreign Policy” e hoje é associado da Carnegie Endowment for International Peace.
Ele dá alguns exemplos:
. Alugar um escritório no Rio de Janeiro está ficando mais caro do que em Nova York;
. Os preços de moradias no Rio e em São Paulo quase dobraram desde 2008;
. Os salários dos executivos em São Paulo são mais altos do que em Londres.
Para o autor, “a decrépita infraestrutura faz com que o crescimento chinês de 10% seja inatingível” para o Brasil. “Por enquanto, a prioridade deve ser simplesmente estabilizar a economia antes que a bolha se expanda”.
Naim acredita que a presidente Dilma Rousseff devesse “tomar medidas hoje para desaquecer a economia, mesmo que isso envolva decisões impopulares”. Caso ela não aja agora, diz o autor, “os mercados financeiros irão, no momento apropriado, impor as correções necessárias de um modo mais brutal”.
O artigo é intitulado “Termine-se a festa antes que a bolha do Brasil estoure” e encerra-se com a frase: “Exuberância e complacência são os dois inimigos ameaçando o atual sucesso do Brasil”.
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