Embora tenha sido estabelecido inicialmente em 1%, a MP permite que as autoridades elevem o imposto para até 25%
Álvaro Campos, da Agência Estado
A incidência de 1% de IOF sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada no mercado futuro de câmbio pode aumentar "a qualquer hora, se necessário", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em uma entrevista para a Globo. Na última quarta-feira, 27, o governo publicou uma Medida Provisória que autoriza a regulação do mercado de capitais e derivativos, em um esforço para conter a valorização do real ante o dólar.
Embora o IOF tenha sido estabelecido inicialmente em 1%, a MP permite que as autoridades elevem o imposto para até 25% a qualquer momento. "Se nós acharmos que 1% não é suficiente para conter as posições vendidas nós vamos elevar a taxa", comentou o ministro. "Nós resolvemos agir quando vimos que o dólar estava derretendo ante o real", explicou.O real já ganhou mais de 20% ante o dólar nos últimos dois anos, sendo que só em 2011 a moeda brasileira já subiu 7%. Segundo Mantega, o real forte prejudica os exportadores e a indústria brasileira.
Boa parte da valorização do real se deve às altas taxas de juros brasileiras. Atualmente a Selic está em 12,5%, encorajando operações de arbitragem (carry trade) entre investidores que tomam dólar emprestado com juros baixos e investem esse dinheiro no Brasil para obter retornos maiores em investimentos de renda fixa.O governo também estabeleceu uma supervisão mais rígida sobre os mercados de derivativos, incluindo o registro obrigatório das operações.
"A regulamentação mais rígida é permanente", disse Mantega. "Nós teremos um controle maior sobre as operações de derivativos de agora em diante. Isso é parte de uma tendência mundial que começou com a crise financeira mundial de 2008". As informações são da Dow Jones.
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