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O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta quarta-feira que prepara mudanças "significativas" na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para sanar "lacunas" no órgão que tem sido alvo de denúncias de irregularidades.
"Estamos providenciando mudanças significativas na operação e no controle da Companhia, para que ela não seja novamente vítima desse tipo de procedimento", disse o ministro a senadores, durante audiência na Comissão de Agricultura na Casa.
Possíveis irregularidades na Conab foram denunciadas pelo ex-diretor da Companhia, Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Uma delas envolveria a venda de um terreno da companhia por preço abaixo do mercado para comprador ligado a quadros do PTB.
Oscar Jucá foi demitido da diretoria, após supostamente ter autorizado um pagamento indevido a uma empresa. O ex-funcionário da Conab acusou o ministro, em entrevista à revista Veja, de lhe oferecer propina em troca de silêncio sobre episódios de corrupção na pasta.
Outra reportagem da revista Veja do último fim de semana aponta que o secretário-executivo da pasta, Milton Ortolan, teria "liberado" a ação de um lobista no ministério. Segundo a reportagem, Júlio Fróes, o suposto lobista, teria, inclusive, acesso a uma entrada privativa e a uma sala com computador, telefone e secretária no edifício do ministério.
Rossi negou que tivesse conhecimento da atuação do lobista e disse que determinou a apuração do caso. A reportagem levou Ortolan a pedir demissão.
O ministro voltou a negar, pela quarta vez, participação nas supostas irregularidades na pasta e afirmou que qualquer indício de conduta ilícita será encaminhado aos órgãos responsáveis.
O ministro fez uma apelo, no entanto, para que os envolvidos nas denúncias não sejam imediatamente considerados culpados, sem direito de se defender.
"Todas as questões levantadas não tinham nenhuma base, começaram com denuncismo", disse sobre as reportagens publicadas recentemente sobre o ministério. "É preciso que não se inverta o ônus da prova."
Ele reiterou ter criado uma comissão de sindicância na pasta para apuração "completa" das denúncias.
Na segunda-feira, em entrevista coletiva, o ministro já havia negado participação nas irregularidades na pasta, apontadas por reportagens recentemente publicadas.
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