quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sobrevivência das pequenas e microempresas nos dois primeiros anos chega a 76%


da Agência Brasil
São Paulo – O índice de pequenas e microempresas criadas no Brasil que sobrevivem aos primeiros dois anos de existência é 75,6%, de acordo com o estudo Sobrevivência das Empresas feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com os dados divulgados hoje (10), todos os setores analisados aparecem com sobrevivência acima de 70%. As indústrias são as empresas com mais sucesso nos primeiros dois anos, com 79,9% ativas. Depois vem o comércio com 77,7%, a construção civil, com 72,5% e os serviços, com 72,2%.
Para fazer o censo, o Sebrae avaliou as bases cadastrais da Receita Federal entre os anos de 2007 e 2010, abrangendo um universo de 500 mil empresas por ano. A região com maior taxa de sobrevivência é a Sudeste, com 78,2%. Em seguida aparecem o Sul (75,3%), Centro-Oeste (74%), Nordeste (71,3%) e Norte (68,9%).
De acordo com o Sebrae, as pequenas e microempresas constituem 99% do total de empresas no país, concentrando 52% do saldo de empregos formais e 40% da massa salarial. Esse conjunto de empresas é responsável por 25% do PIB do país e por 70% das novas vagas geradas mensalmente. As micro e pequenas empresas contribuem ainda com 1% das exportações.
Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, os primeiros dois anos são os mais difíceis de serem ultrapassados pelas empresas e continuar no mercado depois desse período indica grandes chances de permanência. Barreto destacou ainda que é necessário estar atento ao mercado, pois de cada dez empresas abertas, sete são oportunidades e apenas três por necessidade.
“O Brasil passou daquela fase na qual as pessoas passavam a ser empreendedoras por falta de alternativa no mercado de trabalho. Hoje não é mais assim. Isso é um dos aspectos que justifica esse índice de sobrevivência maior. Há mais gente entrando no mercado, gente mais preparada que pensa mais antes. E há ainda um grande mercado interno consumidor, do qual essas empresas são dependentes em quase 100%”.
Quando comparado a outros países analisados no estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 15 países, o Brasil supera países como o Canadá (74%), Áustria (71%), Espanha (69%), Itália (68%), Portugal (51%) e Holanda (50%). Fica atrás apenas da Eslovênia, que tem taxa de sobrevivência das empresas nos primeiros dois anos de 78%.
“O Brasil está muito bem colocado. Sempre há um índice de mortalidade [de empresas] nesse sistema de capitalismo em que vivemos. O Brasil está em um patamar compatível com sua economia e sua emergência no cenário internacional”, disse Barreto.
O presidente do Sebrae ressaltou que para que um negócio seja próspero é preciso identificar uma oportunidade, um diferencial, ter afinidade com a atividade, gostar do segmento. “É muito difícil trabalhar em uma área com a qual não se tem nenhuma relação. Às vezes você tem uma ideia, mas não coloca ela em pé”. Segundo Barreto, é preciso estudar a viabilidade do projeto financeiramente, além do mercado onde se pretende colocar o negócio, aliando a isso a capacidade de correr riscos.

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