quinta-feira, 31 de julho de 2014

“Os fundos ‘abutres’, a Dilma e o Santander”, por Alberto Goldman



Em 2008, alguns fundos de investimentos compraram títulos da moratória argentina de 2001 por um valor nominal de US$ 428 milhões, mas na realidade pagaram por esses papéis muito menos do que isso, cerca de US$ 0,30 ou 0,40 para cada US$ 1 nominal do título, segundo o governo argentino.
Esses papéis foram adquiridos de investidores que se recusaram a aceitar a proposta de 2005 de reestruturação da dívida, quando os títulos da dívida pública, que perderam o seu valor na moratória argentina no final de 2001, foram renegociados.
Naquela troca, a Argentina conseguiu uma remissão da dívida de 65% sobre o capital original e uma adesão de 75% do total dos credores. Ela foi reaberta em 2010, operação que atingiu 92,5% de adesão dos credores à renegociação.
Os que rejeitaram esses refinanciamentos são tecnicamente denominados “holdouts”, com uma dívida a seu favor, entre capital e juros, avaliada em US$ 15 bilhões, segundo dados do governo argentino.
São credores individuais e institucionais de Alemanha, Japão, Estados Unidos, Itália – neste caso milhares de aposentados – e também da Argentina.
Desse grupo, os fundos de investimento especulativos representam apenas 1%, mas são os mais beligerantes, com poder de fogo suficiente para contratar poderosos escritórios de advogados.
Esses todos são os que Cristina Kirchner e o governo argentino chamam de “abutres”. São acusados de extorsão. Esses “fundos abutres” ganharam da Argentina um milionário litígio na Justiça americana para receber integralmente o valor da dívida. Cristina está com bronca deles pois a Argentina não tem como pagar. E ela é, agora, respaldada por Dilma Rousseff e seus associados do Mercosul.
Vale dizer, colocar no mercado títulos dos governos para captar dinheiro de quem quer que seja, sem distinção de qualquer tipo – com encargos determinados e prazos definidos – isto é, se endividar o país para usar o dinheiro para o bem ou para o mal, como lhes aprouver, é moralmente válido, é parte do sistema capitalista que nos governa. Porém, cumprir os compromissos assumidos é outra conversa. Se o governo devedor passa a ter dificuldades, faz-se a moratória e o credor que se dane. E se não aceitar os termos da moratória, e buscar os seus direitos na Justiça, o investidor passa a ser chamado de “abutre”, “ave de rapina”, seja ele um nababo ou uma velhinha pensionista.
Pois esse também é o conceito de responsabilidade governamental que tem a Dilma Rousseff, nossa presidente.
Fico eu aqui com os meus botões pensando nas economias que tenho – eu e mais milhões de brasileiros – aplicadas em fundos de investimento gerenciados pelo Banco do Brasil e por muitas instituições financeiras. Grande parte dos recursos dos fundos é constituída por títulos do governo brasileiro, e é através dessa operações que o governo levanta dinheiro para financiar empresas, realizar a copa do mundo de futebol, construir estadas, pagar o funcionalismo, as suas dívidas, etc. Que segurança tenho de que algum dia o nosso governo não resolva, como fez o da Argentina, promover uma moratória e, se eu não aceitar a sua proposta de negociação, e demandar na Justiça, passe a me chamar também de…”abutre”?
Depois disso a Dilma ainda reclama quando um analista do Banco Santander opina para os seus clientes que se a Dilma ganhar a economia brasileira vai piorar. Vale dizer, se piorar o meu dinheirinho tem o risco de virar pó. E se eu me revoltar, vou ser chamado de “abutre”.
Que diferença faz a atitude de Cristina, respaldada por Dilma, daquela feita pelo Collor quando congelou nosso dinheiro? Nenhuma.
Não, isso não vai acontecer. Nem a Dilma vai ganhar, nem “o nosso” vai virar pó.

A Verdade sobre o Aeroporto



A Verdade sobre o Aeroporto

31 de julho de 2014 às 09:21
Aécio Neves - Folha de S. Paulo, 31 de julho de 2014

Nasci no ambiente da política e vivi nele toda a minha vida. Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa. E o direito de se esforçar para que seus esclarecimentos possam ser conhecidos.

Nos últimos dias, fui questionado sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais. Como o Ministério Público Estadual atestou e a Folha registrou em editorial, não há qualquer irregularidade na obra. Mas surgiram questionamentos éticos, uma vez que minha família tem fazenda na cidade. Quero responder a essas questões.

A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região. Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos.

As acusações de benefício à minha família foram esclarecidas uma a uma. Primeiro, se disse que o aeroporto teria sido construído na fazenda de um tio-avô meu. A área foi desapropriada antes da licitação das obras, como manda a lei. O governo federal reconheceu isso, ao transferir a jurisdição do aeroporto ao governo de Minas Gerais, o que só é possível quando a posse da terra é comprovada.
Depois, levantaram-se dúvidas sobre o valor da indenização proposta pelo Estado. O governo ofereceu R$ 1 milhão. O antigo proprietário queria R$ 9 milhões e briga até hoje na Justiça contra o governo de Minas.

Finalmente, se disse que a desapropriação poderia ser um bom negócio para o antigo proprietário, porque lhe permitiria usar o dinheiro da indenização para arcar com os custos de uma ação civil pública a que responde. Não é verdade. O dinheiro da indenização está bloqueado pela Justiça e serve como garantia ao Estado de pagamento da dívida, caso o antigo proprietário seja condenado. Se não houvesse a desapropriação, a área iria a leilão. Se fosse um bom negócio para ele, não estaria lutando na Justiça contra o Estado.

Sempre tomei cuidado em não misturar assuntos de governo e questões pessoais. Durante meu governo, asfaltamos 5.000 quilômetros de estradas, ligando mais de 200 cidades. Apesar desse esforço, deixei sem asfalto uma estrada, no município de Montezuma, que liga a cidade ao Estado da Bahia e passa em frente à fazenda que meu pai possuía, há décadas, na região. Avaliei que isso poderia ser explorado. Foi a decisão correta. De fato, na semana passada, fui acusado de construir um aeroporto em Montezuma. A pista, municipal, existe desde a década de 1980 e recebeu em nosso governo obras de melhoria de R$ 300 mil, inseridas em um contexto de ações para a região. Pelo que me lembro, pousei lá uma vez.

No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local e não da forma como a sociedade a veria à distância.

Tenho sido perguntado se usei o aeroporto de Cláudio, como se essa fosse a questão central. Priorizei até aqui os esclarecimentos sobre o que me parecia fundamental: a acusação de ter cometido uma ilegalidade à frente do governo de Minas. Hoje, me parece que isso está esclarecido. Não tenho nada a esconder. Usei essa pista algumas vezes ao longo dos últimos 30 anos, especialmente na minha juventude, quando ela ainda era de terra.

Depois de concluída essa obra, demandada pela comunidade empresarial local, pousei lá umas poucas vezes, quando já não era mais governador do Estado. Viajei em aeronaves de familiares, no caso a da família do empresário Gilberto Faria, com quem minha mãe foi casada por 25 anos.

Refletindo sobre acertos e erros, reconheço que não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo foi um equívoco. Mas reitero que a obra foi não apenas legal, mas transparente, ética e extremamente importante para o desenvolvimento do município e da região.

Leia também aqui: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/178405-a-verdade-sobre-o-aeroporto.shtml

UE libera 2 milhões de euros para combater ebola na África  - Saúde - Notícia - VEJA.com

UE libera 2 milhões de euros para combater ebola na África  - Saúde - Notícia - VEJA.com

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Nacionalismo canhestro por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo
De duas, uma: ou há uma conspiração internacional contra o Brasil, ou o governo brasileiro está flertando perigosamente com o perigo, alheio às advertências que partem de todos os lados sobre as fragilidades de nossa economia.
Ontem, foi o Fundo Monetário Internacional (FMI) que colocou o país entre as cinco economias mais vulneráveis do mundo, ao lado de Índia, Turquia, Indonésia e África do Sul.
Também a agência de classificação Moody’s divulgou um relatório no qual afirma que a Petrobras é, entre as empresas petrolíferas da América Latina, a que corre o maior risco financeiro porque está sendo usada politicamente para segurar a inflação com o represamento dos preços de combustíveis no país.
E o que respondem nossos dirigentes? Ao mesmo tempo em que vibram com a derrota política que impuseram ao banco espanhol Santander, tratam de declarar platitudes, à espera de que as coisas melhorem por si, sem demonstrar a menor intenção de fazer mudanças no rumo tomado. Ao contrário, consideram que não há o que mudar.
A única concessão feita pela presidente Dilma foi admitir que o ex-presidente Lula errou ao julgar que a crise financeira que estourou em 2008 chegaria ao Brasil como uma “marolinha”.
A presidente Dilma mais uma vez considera “inadmissível” o pessimismo em relação à economia brasileira, e compara-o ao pessimismo sobre a Copa no Brasil. Para Dilma, não há necessidade de mudanças. Ela nega que a inflação no país esteja “descontrolada”.
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o FMI comete o mesmo equívoco de outros organismos no passado, quando afirmaram que o Brasil estaria entre as cinco economias mais frágeis.
Segundo o ministro, “ninguém mais falou nesse assunto e nada aconteceu”. Para ele, uma instituição financeira respeitável não faria uma análise dessas.
Pois foi a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que comentou ontem o relatório sobre o Brasil, reiterando que há 15 meses o FMI vem repisando “as mesmas fortes recomendações para que reformas estruturais sejam feitas, gargalos sejam reduzidos na economia e que o potencial, a capacidade de o Brasil entregar crescimento seja liberada. E isso não vem sendo feito”.
Lagarde repetiu que o receituário para superar os obstáculos, é único: reformas estruturais, conserto dos problemas macroeconômicos como inflação alta, déficits em contas externas, desequilíbrios fiscais.
A previsão do FMI é a de que o país será afetado duramente pela retirada de estímulos e pelo aumento de juros, especialmente nos Estados Unidos, se os emergentes continuarem crescendo abaixo do esperado, como ocorre há três anos.
A queda dos preços das commodities é outro fator que pode complicar a vida dos emergentes, alerta o FMI. Já a agência Moodys destaca que a estatal irá enfrentar também “riscos políticos substanciais”, pois está “cerceada pelas políticas de preços para gasolina e óleo diesel”.
A Moody’s ressalta ainda que o cenário macroeconômico do país tem “desacelerado” desde a crise de 2009. A expectativa da agência é de crescimento de apenas 1,5% no PIB brasileiro, o que é uma previsão otimista, tendo em vista que a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, já está em 0,9%.
O tal mercado financeiro está cheio de dúvidas e de advertências à política econômica do governo brasileiro, e nossas autoridades brincam de um nacionalismo canhestro, como se mobilizar sindicatos e militantes políticos para demitir analistas de mercado e desmoralizar banqueiros internacionais fosse melhorar a situação de nossa economia.

PSDB tem 11 parlamentares entre os “cabeças” do Congresso Nacional



Brasília – Sete deputados federais e quatro senadores do PSDB estão relacionados entre os “Cabeças do Congresso”, lista produzida pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) que indica os parlamentares mais influentes do Legislativo federal.
O candidato à Presidência pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, e seu vice, Aloysio Nunes Ferreira, além de Alvaro Dias (PR) e Cássio Cunha Lima (PB) são os senadores tucanos citados na lista.
Os deputados federais do PSDB mencionados como “cabeças” são o líder do partido Antonio Imbassahy (BA), o líder da Minoria, Domingos Sávio (MG), e também Bruno Araújo (PE), Carlos Sampaio (SP), Duarte Nogueira (SP), Luiz Carlos Hauly (PR) e Paulo Abi-Ackel (MG).
“Entre os atributos que caracterizam um protagonista do processo legislativo, destacamos a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações, seja pelo saber, senso de oportunidade, eficiência na leitura da realidade, que é dinâmica, e, principalmente, facilidade para apresentar novas ideias, constituir posições, elaborar propostas e projetá-las para o centro do debate, liderando sua repercussão e tomada de decisão”, define o relatório do Diap.
Em ascensão
O Diap também divulgou a lista de parlamentares “em ascensão” – aqueles que, segundo a instituição, figurariam em uma lista dos 150 mais influentes do Congresso e que se destacam por terem recebido “missões partidárias, políticas ou institucionais e se desincumbindo bem delas”.
Nessa categoria, o PSDB tem sete representantes: os deputados federais Márcio Bittar (AC), César Colnago (ES), Nilson Leitão (MT), Marcus Pestana (MG), Andreia Zito (RJ), Nelson Marchezan Junior (RS) e Vanderlei Macris (SP).

quinta-feira, 24 de julho de 2014

CNI prevê pibinho em 2014, queda de 0,5% no PIB industrial e inflação acima da meta



Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (24) projeções preocupantes sobre a economia brasileira, que amarga as consequências da má gestão petista. De acordo com a entidade, a expansão do PIB em 2014 será de somente 1% neste ano, indicador próximo à expectativa do mercado e bem abaixo do cenário otimista que só o Palácio do Planalto sustenta (1,8%).
Segundo a CNI, a modesta expansão será resultado do crescimento de 1,5% do setor de serviços, da alta de 2,3% da agropecuária e da queda de 0,5% da indústria. As projeções estão no Informe Conjuntural do segundo trimestre divulgado na manhã desta quinta-feira (24). Economistas ouvidos pelo Banco Central apontam um cenário ainda mais pessimista de crescimento do PIB – 0,97%.
No estudo, a entidade revisa para baixo as estimativas para o desempenho da economia divulgadas em março deste ano. “As causas da forte desaceleração são várias e decorrem mais do ambiente doméstico do que da economia mundial”, destaca o estudo, na contramão do repetido discurso petista.
Para a confederação, a inflação deve fechar o ano em 6,6%, acima do limite máximo da meta de 6,5% fixada pelo Banco Central. “A inflação permanentemente elevada provoca o aumento dos juros e, consequentemente, a retração do crédito oriundo de bancos privados. A menor liquidez conduz ao progressivo enfraquecimento tanto do consumo das famílias como do investimento das empresas”, relata o Informe Conjuntural.
Com isso, a estimativa é que consumo das famílias aumente apenas 1,5% e os investimentos tenham uma queda de 2%. “A reversão do quadro negativo do investimento depende de uma recuperação da confiança do empresário”, afirma o estudo. A desconfiança com os petistas vem travando investimentos em diversos setores.
O Informe Conjuntural destaca que a retração de 0,5% projetada para o PIB industrial será puxada pela queda de 1% na indústria de transformação e de 1,7% na indústria da construção. A indústria extrativa deve crescer 1,5% em relação a 2013. “Os indicadores recentes mostram que a indústria brasileira segue com dificuldade em intensificar o seu ritmo de operação”, informa o estudo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial acumula uma redução de 1,6% de janeiro a maio deste ano. Na indústria de transformação, a queda acumulada na produção é de 2,4%. No grupo de bens de capital, a retração atinge 5,8%. Além da falta de competitividade, explica a CNI, o desaquecimento da indústria é resultado do enfraquecimento da demanda interna, da retração das exportações para a Argentina, do encarecimento do capital de giro, do crescimento do custo da energia elétrica (provocado principalmente pelo déficit hídrico) e da falta de confiança do empresário.
Do Portal do PSDB na Câmara

terça-feira, 22 de julho de 2014

Prejuízo aos cofres públicos- Líder defende atuação do TCU para investigar venda suspeita de terreno do BNDES




O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), defendeu a atuação do Tribunal de Contas da União para apurar a venda de um terreno do BNDES em Brasília.  O TCU barrou a transação suspeita, destacada pela revista “Veja” nesta semana. Segundo o deputado, o órgão de fiscalização não poderia mesmo deixar o polêmico negócio passar em branco.
Como alerta o semanário, o terreno localizado no centro da capital federal é avaliado em R$ 285 milhões, mas foi negociado por R$ 51 milhões — um prejuízo aos cofres públicos que pode superar R$ 230 milhões. A estranha operação virou alvo de investigação do TCU. “Por ordem do ministro Augusto Sherman, a transferência do terreno para o novo dono foi embargada até que sejam esclarecidas as condições do negócio”, diz trecho da matéria.
Laudo encomendado pelo próprio banco avaliou o terreno em R$ 107 milhões. No entanto, o documento ponderou que caso houvesse necessidade de vendê-lo às pressas – o que não era o caso – o preço poderia ser reduzido para R$ 45 milhões, valor que acabou sendo adotado pelo BNDES para a licitação.
O lote foi comprado por uma empresa que tem entre suas diretoras uma irmã do engenheiro que assinou o laudo encomendado pelo banco de fomento. “É brincadeira o BNDES vender esse lote por R$ 51 milhões. Quem comprou por esse preço ganhou cinco ou seis vezes na Mega-Sena”, diz à revista o diretor da Câmara de Valores Imobiliários de Brasília.
do PSDB na Câmara

Espírito público por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo
Ao fim de seu livro “50 anos esta noite”, da editora Record, que lança no Rio hoje, o ex-governador de São Paulo, ex-ministro, ex-candidato à Presidência da República duas vezes e atual candidato ao Senado José Serra define bem sua maneira de ver a ação política: “A democracia que convive bem com as iniquidades nos convida ao conservadorismo sem imaginação. Por outro lado, a permanente crispação das demandas, que não cuida de conservar o que se conquistou, conduz ao impasse. De algum modo, é o equilíbrio dessas duas forças que nos faz avançar”.
Trata-se de relato pessoal dos anos pré-ditadura militar, quando teve atuação política no centro dos acontecimentos com apenas 22 anos, como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e do duplo exílio, do Brasil para o Chile e de lá, com a derrubada de Allende, novamente exilado em Roma e nos Estados Unidos, onde se formou doutor em economia em Princeton no Institute for Advanced Study.
Anos mais tarde, reler sua tese nunca publicada sobre a política econômica do governo Allende fez surgir “um ser fantasmático, aplicado, intelectualmente veemente, que se esfalfa para entender um trauma histórico e seguir em frente — eu mesmo outrora e agora”.
É interessante aprender como foi forjada a personalidade política de Serra, reconhecidamente um amante dos detalhes (“onde o diabo mora”), um administrador rigoroso e obstinado.
O que mais o incomodou no exílio não foi estar longe de casa, mas a impossibilidade de voltar e a falta de documentos. Por isso, recusou-se a devolver um passaporte brasileiro que recebeu por equívoco do cônsul em Santiago, Octávio Guinle, que acabou sendo punido pelo erro.
A UNE tinha papel fundamental nos anos que precederam ao golpe de 1964, e é surpreendente constatar como um estudante de 22 anos partilhava de conversas com o então presidente João Goulart e outros políticos renomados da época, a ponto de discutir com o presidente a nomeação do ministro da Fazenda, e com o deputado Leonel Brizola, o então governador Miguel Arraes, e outros, as ações políticas, tendo mais noção do que muitos de que a crise política se avizinhava.
Em reunião política nos dias tensos que antecederam ao golpe, Serra ouviu da boca de Jango: “Não vou terminar esse mandato, não. Não chego até o fim”.
A percepção da fragilidade do esquema político e militar do governo esteve sempre presente na atuação daquele estudante, que fez um discurso incendiário no Comício da Central, e depois do golpe acabou no Uruguai ao lado de Brizola, os dois exilados, recebendo oferta para participar da luta armada contra os militares que tomaram o poder, que descartou com piada.
Em todo o seu relato, Serra revela sua obsessão pelos detalhes: “Enquanto andava, morbidamente me perguntava se a bala do fuzil, além de derrubar-me, doeria”, referindo-se à saída do Estádio Nacional do Chile, onde vários presos políticos foram assassinados nos primeiros dias do golpe militar que instalou a ditadura.
Serra não mudou sua visão sobre o que aconteceu no Brasil, continua convencido de que o governo Goulart não preparava um golpe, e que o receio do perigo comunista foi incutido na população pela direita, com a ajuda dos meios de comunicação da época para que o golpe fosse viável.
Acusa a CIA de ter atuado no golpe militar, seja financiando o Instituto Brasileiro de Ação Democrática com suas campanhas anticomunistas; ou grampeando o ministro da Guerra Jair Dantas dentro de seu quarto de hospital, como sua ação desestabilizadora do governo Allende. E lamenta que hoje exista mais intolerância no debate político do que naquela época “embora o conflito político ideológico daquela década fosse muitíssimo mais acentuado do que no Brasil de hoje”.
É um belo documento histórico esse que Serra publica, comprovando o que ele afirma em certo momento: “Em nenhum momento do desterro duvidei do meu propósito e destino. Tudo o que estudei lá fora teve este norte: preparar-me para uma presença exemplar na vida pública brasileira”.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

De Aécio Neves - NOTA OFICIAL - CAMPANHA "MUDA BRASIL"




NOTA OFICIAL - CAMPANHA "MUDA BRASIL"
De Aécio Neves 

Não é de hoje que o PSDB tem denunciado o uso da máquina pública federal em favor da candidatura da Presidente Dilma Rousseff, inclusive com decisão do TSE já reconhecendo essa prática e aplicando multa a entidade pública. Desta vez, o abuso em favor do PT é da Anac, praticando conduta vedada pela legislação eleitoral.

É vergonhosa a utilização de mais uma estrutura do estado para perseguir adversários políticos do governo.

Estamos representando junto ao TSE contra a Anac e contra a Presidente Dilma para que este ato seja punido de forma rigorosa.

Registramos, por fim, que o processo de homologação do Aeroporto de Claudio junto à Anac vem ocorrendo de forma legal e transparente como comprovam os inúmeros ofícios trocados entre os órgãos federais e o governo do estado desde 2011. Tanto é verdade que foi a própria Secretaria Nacional de Aviação Civil que, em abril de 2014, transferiu a jurisdição do Aeroporto de Cláudio para o Estado de Minas Gerais sem que qualquer irregularidade fosse indicada.

Carlos Sampaio - Coordenador Jurídico do PSDB Nacional

Pela 1a vez no ano, economistas projetam crescimento da economia inferior a 1% em 2014



A última edição do Boletim Focus, editado pelo Banco Central, traz um dado desalentador para o Brasil: a economia do país deve crescer apenas 0,97% neste ano, segundo as projeções das principais instituições financeiras do país ouvidas pelo BC. Divulgado nesta segunda-feira, o Focus traz pela primeira vez neste ano uma projeção abaixo de 1%.
Esta é a oitava semana seguida de recuo das projeções do crescimento da economia, que já vem registrando sucessivos PIBinhos ao longo do governo Dilma. Se as estimativas se confirmarem, a gestão da petista entrará para a história como uma das piores em termos de expansão da atividade econômica, ficando à frente apenas de Floriano Peixoto e Fernando Collor.
Já a projeção para inflação fechou em 6,44% nesta semana, muito próximo do teto da meta (6,5%). “Dois em cada três brasileiros perceberam um aumento grande nos preços nos últimos seis meses, especialmente de alimentos e itens relacionados à habitação, como energia elétrica e aluguel”, destacou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), ao destacar os números de pesquisa recente encomendada pela Fiesp (Federação das Indústria de São Paulo).
“Ou seja: enquanto a presidente Dilma diz na televisão que a inflação está sob controle e prometeu que as contas de luz ficariam mais baratas, a realidade vivida pelos brasileiros é bem diferente”, completou o deputado ao se referir a mais um legado maldito da atual gestão: a carestia.
Por sua vez, a taxa básica de juros deve terminar o ano nos atuais 11%, segundo os analistas ouvidos pela autoridade monetária.  Com isso, Dilma descumpre sua promessa de reduzir a Selic em seu governo.
Do Portal do PSDB na Câmara

Conceição Formiga; uma escritora na defesa das mulheres maranhenses


Foto: Facebook de Conceição Formiga

Brasília (DF) – Conceição Formiga é a alma do PSDB-Mulher em Imperatriz, no Maranhão, mas é também uma intelectual de primeira linha, com textos publicados e reconhecimento na lista dos principais escritores da cidade. A atual Secretária da Mulher de Imperatriz é discreta sobre suas qualidades, como se pode ver nas respostas que deu ao nosso Mulher que Faz.
PSDB-Mulher Nacional – Fale um pouco sobre você e como entrou na política partidária:
Conceição Formiga – Comecei participando do Movimento de Cursilho, da Igreja Católica, estudando um documento da CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – que incentivava os cristãos leigos a participar da política. As amigas desse grupo sugeriram que as mulheres participassem e fui escolhida, em 1986. De lá para cá fui 10 vezes candidata. Disputei quatro vezes para vereadora (fui eleita em três pleitos); mais quatro para deputada estadual; uma vez como vice-prefeita e outra, como vice-governadora.
PSDB-Mulher Nacional – Qual e realidade da política de gênero em sua região?
Conceição Formiga – Temos uma Secretária Estadual da Mulher muito atuante. Dos 217 municípios maranhenses, 62 tem coordenadorias ou secretarias da Mulher. Recebemos ônibus para atendimento especializado da mulher e, em São Luiz e Imperatriz, há todos os serviços que a Lei Maria da Penha exige.
PSDB-Mulher Nacional – Como vivem as mulheres em seu estado? Quais suas maiores aspirações?
Conceição Formiga – Os índices de analfabetismo e pobreza de nosso estado são os piores da Federação e, consequentemente, como somos 52% da população, vivemos em situação muito difícil.
PSDB-Mulher Nacional – Sobre que assuntos a mulher maranhense quer falar, o que mais a interessa?
Conceição Formiga – Queremos discutir o combate à violência doméstica e familiar; segurança pública; uma política de atuação integral à saúde da mulher; creches e escolas de tempo integral; maior participação da mulher na política; maior organização das mulheres nas comunidades e capacitação, na perspectiva de gênero.

Aécio defende acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia


O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou hoje (21/07) que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia será uma das prioridades de seu governo. Segundo Aécio, a atual política externa brasileira, que prioriza o alinhamento ideológico e promove alianças apenas com países vizinhos, é responsável pelo atraso nas negociações, que se arrastam há quinze anos.
As afirmações foram feitas após reunião entre o candidato e o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, que durou cerca de uma hora. Aécio afirmou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia só deverá voltar para a agenda de discussões do país em 2015. Ao final do encontro, Aécio contou que, durante a conversa, os dois lamentaram o tempo que o Brasil vem perdendo para receber os benefícios econômicos da parceria com a União Europeia.
“Infelizmente, temos hoje uma política externa que prioriza o alinhamento ideológico em detrimento de parcerias comerciais que poderiam gerar mais renda, mais emprego, a inclusão das empresas brasileiras nas cadeias globais de produção. No momento em que tivermos um governo que não busque apenas aliança entre vizinhos, mas alianças que possam ajudar a desenvolver a nossa economia, o entendimento com a União Europeia vai avançar. Espero que isso possa ocorrer a partir de 2015”, disse.
Aécio afirmou ainda que está preocupado com o atraso nessas negociações principalmente porque, enquanto não se chega a um acordo com Mercosul, a União Europeia tem feito parcerias bilaterais com vários países e regiões. Ele destacou a recente associação com a Aliança do Pacífico, formada pelo bloco México, Colômbia, Peru e Chile, e com os Estados Unidos. “Tudo isso vai tirando espaço das negociações que poderiam beneficiar o Brasil”, destacou Aécio.
Tanto o candidato a presidente como Durão Barroso consideram fundamental o avanço dessas negociações para que se chegue logo a um acordo. “O ministro Durão Barroso é um homem de centro, é um homem do equilíbrio e tem sido, ao longo desses últimos dez anos, o ponto de convergência da União Europeia. Ele reitera a sua convicção da força do Euro, mas busca no limite dos seus esforços pessoais de alguma forma apressar, antecipar os entendimentos com a nossa região que ele considera extremamente salutar tanto para nós como para a União Europeia. Infelizmente, essa agenda ficou para 2015”, afirmou Aécio Neves.

“Copa das Copas”, por Lúcia Vânia



Durante 32 dias o Brasil acompanhou, com muita atenção, os acontecimentos da Copa do Mundo de futebol, desta vez realizada em nosso próprio país. Foi talvez a Copa mais bonita e mais bem-sucedida da história. Tudo graças ao povo brasileiro que, mais uma vez, demonstrou ser hospitaleiro, cordial e amável com as pessoas de todo os quadrantes do mundo que acorreram ao Brasil.
Fruto de um caldeamento racial, o povo brasileiro demonstrou toda a sua cordialidade na maneira como recebeu outros povos e outras culturas.
O evento levou o nome do Brasil a todos os continentes. Apenas usando o conceito do saudoso Nelson Rodrigues, superamos o nosso autopreconceito de vira-latas e provamos que somos capazes de sediar um evento do porte de uma copa do mundo, assim como das Olimpíadas, que virão em 2016.
Fomos capazes de garantir segurança, transporte e acomodação para os visitantes. Os prêmios distribuídos nesta Copa do Mundo são também os prêmios da população brasileira.
A festa acabou. E temos que constatar, para não faltarmos à realidade, que esta foi uma Copa de muitos improvisos e desperdícios, especialmente no campo da infraestrutura e no superfaturamento das arenas esportivas.
Quando assumimos a tarefa de organizá-la, foi feito um conjunto de promessas com relação ao legado de obras físicas que seria deixado a serviço da população: o famoso legado da Copa.
Realisticamente, precisamos constatar, ao final da Copa, que apenas uma parte pequena do que foi prometido em termos de obras de infraestrutura foi de fato entregue à população.
Em termos de transporte coletivo, pouco ou nada foi acrescentado à estrutura das cidades que sediaram jogos da Copa. E onde houve melhorias os custos superaram todas as expectativas. Em muitas cidades, as obras não ficaram prontas em tempo hábil. Onde problemas foram solucionados, o foram por meio de fórmulas que o governo muito criticara anteriormente, como a saudável privatização de diversos aeroportos. Ao invés de solução dos problemas de transporte urbano, tivemos feriados em dia de jogos. Ao invés de racionalização, tivemos a construção e a reforma de estádios faraônicos, muitos dos quais agora são grandes e caros elefantes brancos. Caros na construção e ainda mais caros na manutenção.
E a segurança pública? Durante a Copa as forças de segurança estiveram nas ruas, pelo menos no entorno dos estádios. E agora, terminada a Copa, vivemos mais seguros do que antes? Há de fato um legado de segurança pública para a população? Lamento ter que constatar que não. Nossas cidades continuam tão inseguras quanto eram antes dos jogos.
E nossos indicadores de saneamento básico, melhoraram? Nossas famílias moram em casas com tratamento de resíduos e fora de zonas de risco? Infelizmente não. Não há qualquer legado nesta área.
Passados 32 dias depois do início da Copa continuamos o mesmo país, governado de forma despreocupada e com pouco planejamento de infraestrutura urbana, de transportes, segurança, saneamento e comunicação. Continuamos a padecer dos mesmos vícios de imediatismos e descomprometimento com as tão necessárias obras de infraestrutura.
O mais grave é quando olhamos para a nossa economia. Se pensamos na inflação, temos que concordar com uma frase do economista Rodrigo Constantino, muito feliz: “Enquanto isso, a inflação dá uma goleada nos trabalhadores, destruindo o poder de compra de seu salário.”
Temos vivido um perigoso faz de conta na gestão da política econômica, com intervenções cosméticas do governo, subsídios falseadores da realidade, a criação de barreiras protecionistas e isenções fiscais oportunistas.
O que é mais grave, ainda relacionando o futebol ao quadro macroeconômico: as regras têm sido mudadas durante o jogo, levando as empresas ao desespero e deixando-as sem um horizonte definido, inibindo todo o seu planejamento de investimentos e de busca de produtividade.
Diz-se que as empresas estão usando os seus esforços mais em fazer lobby do que em busca da produtividade, que é uma arma fundamental para a inserção do país no contexto internacional.
O resultado é que, mesmo com preços represados, deveremos ter em 2014 um pibinho de 1% e a inflação superando o teto de 6,5%.
A população brasileira não pode correr o risco, agora em 5 de outubro, de perder a verdadeira copa das copas. Essa nós podemos ganhar de goleada, usando o nosso voto para virar esta página da história, elegendo um governo comprometido com os fundamentos de uma sociedade democrática política, econômica e socialmente.
*Lúcia Vânia é senadora pelo PSDB, ouvidora-geral do Senado, jornalista
**Publicado originalmente na edição de 19/07, de o Diário da Manhã

“Pela culatra”, por Elena Landau



Em setembro de 2012 a presidente prometeu reduzir as tarifas de energia em 20% com objetivo de aumentar a competitividade da indústria e reduzir os gastos das famílias com energia. Para tal impôs uma medida provisória que acabou desorganizando o setor elétrico por completo. Não consultou os conselhos populares do setor nem fez uma análise prévia dos impactos regulatórios da medida. O custo dessa iniciativa intempestiva e mal desenhada, segundo cálculos da CNI, atingiu R$ 53,8 bilhões de reais, sendo R$ 18,5 bilhões financiados pelo Tesouro. O restante será pago pelo consumidor ao longo de anos através de reajustes futuros de tarifas.
Não se trata de socorro às concessionárias. Os recursos foram repassados em contrapartida ao adiamento da elevação das tarifas. Com isso, o usuário do serviço não percebeu o aumento no custo de energia, falseando a realidade de seus gastos. É o chamado sinal de preço que essa administração insiste em ignorar.
Durante toda a crise de oferta, o governo insistiu no populismo tarifário, estimulando o consumo, como se não houvesse amanhã. A conta chegou e alta. Já há aumentos de tarifas autorizados pela Aneel no patamar de 20% para este ano.
Como o país tem um sistema tributário regressivo, o uso de recursos ficais cria um subsídio cruzado perverso. O trabalhador financia com seu imposto o consumo do usuário de alta renda ou o perdulário, que não recebeu da regulação nenhum estímulo para usar energia de forma eficiente.
Mesmo com a falta de chuvas e o esvaziamento dos reservatórios, não houve nenhuma campanha que estimulasse a racionalização no uso de energia. O usuário de energia foi ludibriado. Tudo que ele consumiu, achando que era barato, já vinha custando muito caro. Só que ninguém foi para TV em cadeia nacional para alertá-lo.
O alto custo social dessa política equivocada também deve ser considerado. Não havia necessidade de usar impostos para criar novos subsídios para consumidores, pois já existe uma tarifa especial para a baixa renda que cumpre a função de democratizar o uso de energia. Esses recursos expressivos competem com outras funções do Estado. Os R$ 18,5 bilhões equivalem, por exemplo, a um ano de transferências voluntárias da União para educação básica ou do programa de atenção básica da saúde, segundo dados do Siaf.
Pagamos pelos erros do governo, que estimulou a demanda por energia, mesmo com evidente escassez de oferta. Preços subiriam, é óbvio. Não há voluntarismo que consiga subverter a lei de oferta e demanda. O prolongamento da seca foi apenas mais um detalhe em meio a tantos equívocos.
A motivação era boa. Todo mundo quer energia mais barata. Mas o tiro saiu pela culatra.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Saldo de empregos formais em junho é o pior desde 1998


Brasília (DF) – Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (17), lançaram preocupações sobre os índices de desenvolvimento do país.
De acordo com o estudo, o saldo líquido de empregos formais gerados no mês de junho foi de 25.363 vagas. O dado é considerado negativo em comparação aos meses anteriores.
É é o pior resultado para o mês desde 1998, quando foram registrados 18.007 postos de trabalho – e a população brasileira era menor do que a atual.
As informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo (17).
Ao todo, foram 1.639.407 admissões e 1.614.044 demissões no período. Os números ficaram abaixo de uma estimativa realizada pelo AE Projeções com 15 instituições do mercado financeiro. O resultado esperado era uma média de 82 mil novos empregos.

Paraná é o estado que mais investe no ensino superior



O orçamento para Ciência e Tecnologia do Paraná, de R$ 2,7 bilhões em 2014, é o segundo maior do Brasil, atrás apenas do de São Paulo. Proporcionalmente, o Paraná é o o estado que mais investe no setor. O número foi destacado pelo reitor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Altônio Carlos Aleixo, em reunião com o governador Beto Richa. Aleixo estava acompanhado pelo vice-reitor Antonio Rodrigues Varela Neto e por diretores da universidade, que agradeceram a Richa os esforços pela regulamentação da instituição e pelos investimentos no ensino superior.

O Paraná tem 90 mil estudantes matriculados em cursos de graduação, mestrado e doutorado nas universidades estaduais. A criação da Unespar, em 2013, uniu sete faculdades. Com sede em Paranavaí, a instituição foi criada em 2001 e regulamentada em 2013. É constituída pelos campi de Curitiba I, Curitiba II, Campo Mourão, Apucarana, Paranavaí, Paranaguá e União da Vitória. A Escola Superior de Segurança Pública da Academia Policial Militar de Guatupê, unidade especial, também vinculada academicamente à Unespar. São 688 professores nos 70 cursos de graduação e 36 de especialização, com 12.600 alunos matriculados.

CARGOS E FUNÇÕES – Um dos agradecimentos da comitiva da Unespar ao governador foi pelo projeto que estabeleceu o quantitativo de cargos e funções, aprovado em junho deste ano pela Assembléia Legislativa. São 64 cargos de Direção Acadêmica e 31 de Funções Acadêmicas, destinados a atender a estrutura administrativa da universidade. Com isso, a Unespar passa a ter uma estrutura organizacional, com a implementação de todas as pró-reitorias, centros e conselhos superiores.

A criação da Unespar representa o fortalecimento do ensino superior. “O projeto de cargos e funções significa que a primeira parte, que é a estrutura administrativa da universidade, está pronta e agora é o conteúdo que vai se expandir”, afirmou o reitor Antônio Carlos Aleixo.

AVANÇOS - No encontro, foram apresentados os resultados e avanços das universidades estaduais desde 2011. Um levantamento feito pela secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior mostra que o orçamento para Ciência e Tecnologia em 2014 foi o segundo maior orçamento do Brasil, com R$ 2,7 bilhões. Considerando apenas o orçamento das Universidades, o investimento é de R$ 2,4 bilhões.

Outro fator destacado foi o aumento salarial dos professores de 55% até 2014. De 2011 até o momento o orçamento da Fundação Araucária chega a R$ 163 milhões. “Isso representa o compromisso do governo do Estado com o ensino superior do Paraná”, afirmou o secretário de Ciência e Tecnologia, João Carlos Gomes.

O secretário apontou ainda que o Paraná está à frente das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), através do Plano Nacional de Educação. Das metas estabelecidas para os próximos dez anos, três se referem ao ensino superior.

De acordo com João Carlos Gomes, uma das exigências prevê que 75% do quadro docente das universidades estaduais devem ser compostas por professores titulados e 30% devem ser doutores. Hoje, o Paraná possui 88% dos professores titulados e 55% doutores, superando a exigência do MEC para os próximos dez anos. 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

“Inglório campeonato”, análise do ITV



Sem surpresa, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu ontem manter a taxa básica de juros em 11% ao ano. É o suficiente para conservar o Brasil na inglória condição de país que pratica a mais alta taxa real entre todas as economias do planeta. Este campeonato ninguém gostaria de conquistar.
Foi a segunda vez consecutiva que a Selic foi mantida nos patamares atuais. O BC sinalizou, porém, que pode alterar seu comportamento na reunião prevista para o comecinho de setembro. A decisão de ontem, segundo comunicado oficial emitido após a reunião, limita-se apenas a “este momento”.
A próxima decisão acontecerá poucos dias depois de o IBGE divulgar os resultados do PIB no segundo trimestre, que muitos não descartam que poderá ser negativo – de acordo com a prévia do BC divulgada nesta manhã, o crescimento acumulado em abril e maio foi nulo. Segundo analistas, há duas hipóteses para quando setembro vier: aumento dos juros em função de novas altas da inflação ou redução da taxa em razão do esfriamento da economia.
De todo modo, a manutenção dos juros nos patamares atuais consolida o Brasil como a pátria dos juros altos, título que reconquistamos no fim do ano passado e parece que ainda vamos conservar por muito tempo. Segundo levantamento feito pela consultoria Moneyou, a taxa brasileira está em 4,2%, já descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.
Curiosamente, as três posições seguintes são ocupadas por parceiros brasileiros nos Brics: China (3,4%), Índia (2,3%) e Rússia (1,5%). Para este clube, não há banco de fomento ou fundo de socorro que dê jeito… Das 40 economias acompanhadas pela Moneyou, o Brasil está entre as 16 que praticam taxas positivas. Nas demais, o juro nominal é mais baixo que a inflação projetada.
Esta ingrata condição joga por terra mais uma das promessas da presidente Dilma Rousseff. Em 30 de abril de 2012, ela ocupou cadeia nacional de rádio e televisão para prometer a redução dos juros. Jogou os bancos públicos na cruzada, apostando que forçaria o resto do sistema bancário a acompanhá-los.
Como Dilma é uma economista apenas bissexta, seus fundamentos não batem com a realidade. Juro não cai à base de voluntarismo, ainda mais num país em que o governo não só não controla como aumenta seus gastos, como ocorre na gestão petista.
O resultado é que, depois de nove altas consecutivas entre abril de 2013 e abril de 2014, tanto a Selic quanto as taxas das demais linhas de crédito estão hoje mais altas do que no início do mandato da presidente, como ilustrou a Folha de S.Paulo no sábado.
O juro alto é o remédio amargo que sobrou para os formuladores da nossa política monetária em função da inflação persistentemente alta no país – turbinada também pelo tarifaço previsto para a energia. Os prognósticos quanto aos índices de preços e ao aumento da carestia continuam sombrios, solapando a confiança de consumidores e empresários, de indústria e comércio.
O temor é disseminado. Pesquisa encomendada pela Fiesp e divulgada hoje por O Globo mostra que 69% da população brasileira considera que houve grandes aumentos de preços nos últimos seis meses. 73% das pessoas ouvidas avaliam que a política econômica do governo é a responsável pela elevação dos preços.
A realidade é que o Brasil vê-se hoje aprisionado na armadilha do baixo crescimento e da inflação elevada, temperada também pelos juros altos. Este coquetel indigesto só tem como ser superado por uma política econômica responsável que trate as contas públicas com zelo e transparência, empreenda firme esforço para reduzir a dívida pública e não transija no combate à carestia. Menos que isso é só pantomima ensaiada para pôr na propaganda de TV.

SDB lança 12 candidatos aos governos estaduais e oito ao Senado; Confira nomes


Brasília – O PSDB terá, nas eleições de 2014, 12 candidatos a governador. O partido contará ainda com oito indicados para vice-governador e também com oito nomes na disputa por uma vaga ao Senado.  As cinco regiões do país terão representantes do PSDB na disputa por cargos majoritários.
O PSDB tentará repetir o que ocorreu em 2010, quando foi a única legenda a eleger governadores no Centro-Oeste, no Nordeste, no Norte, no Sudeste e no Sul.
A seguir, a participação do PSDB por região e estados.
Centro-Oeste
Na região central do país, o PSDB terá três candidatos na disputa pelo governo. Os deputados federais Reinaldo Azambuja e Luiz Pitiman concorrerão respectivamente no Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, enquanto Marconi Perillo buscará a reeleição em Goiás.
“Queremos fazer o estado avançar. Precisamos de um governo que seja intransigente com a corrupção, e que use a máquina pública em benefício dos cidadãos. Em um governo do PSDB no Mato Grosso do Sul, as prioridades serão aquelas definidas pelo povo, e não decididas entre quatro paredes”, afirmou Reinaldo Azambuja, que terá como candidata a vice a tucana Professora Rose, vereadora de Campo Grande.
Para o Senado na região, o partido indicou o nome da presidente licenciada do PSDB-Mulher do Distrito Federal, Sandra Quezado.

Nordeste
Dois representantes do PSDB são candidatos a governador na região Nordeste: o senador Cássio Cunha Lima na Paraíba e Eduardo Tavares em Alagoas.
O ex-governador Tasso Jereissati é o candidato ao Senado pelo PSDB no Ceará, e Eduardo Magalhães disputará o cargo em Alagoas.
Para vice-governador, o PSDB terá seis representantes na região: Augusto Franco Neto (SE), Carlos Brandão (MA), Gilvan Barros (AL), Joaci Góes (BA), Ruy Carneiro (PB) e Silvio Mendes (PI).
O baiano Joaci Góes, ex-deputado federal, será o vice em uma chapa que conta com Paulo Souto (DEM) ao governo e Geddel Vieira Lima (PMDB) ao Senado. Sobre a aliança, o candidato a presidente pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou: “é a mais competente e bem sucedida aliança já feita em todos os estados brasileiros para as eleições de 2014”.

Norte
Três estados do Norte terão tucanos na disputa pelo governo: o Acre, com o deputado federal Márcio Bittar, Rondônia, com o ex-senador Expedito Junior, e o Pará, com o governador Simão Jatene, que tentará a reeleição.
“Se eu pudesse tirar uma fotografia daquele que seria o exemplo de PSDB que nós precisaríamos ter nesse Brasil inteiro, na sua integridade, no seu espírito público, e na coragem para enfrentar a adversidade, eu colocaria um enorme porta retratos e botaria ali o PSDB do Pará, de Simão Jatene, de Mário Couto e de Flexa Ribeiro”, afirmou Aécio Neves sobre a atuação do partido no estado.
O senador Mário Couto buscará a reeleição em 2014. E o ex-governador José de Anchieta Junior também concorrerá ao Senado, por Roraima.

Sudeste
Pimenta da Veiga, em Minas Gerais, e Geraldo Alckmin, em São Paulo, são os dois tucanos na disputa pelo governo estadual na região mais populosa do Brasil.
“Pimenta da Veiga representa a continuidade de um projeto vitorioso. Porque na política, o que está dando certo, tem que continuar. Como está dando certo o nosso governo, honrado, sério, levou Minas a ter a melhor educação fundamental do Brasil, a melhor saúde da região Sudeste”, afirmou Aécio Neves sobre a candidatura do ex-ministro.
Geraldo Alckmin, que concorrerá ao quarto mandato como governador, é respaldado pela trajetória do PSDB no estado, que foi governado também pelos tucanos José Serra, Mário Covas e Alberto Goldman: “somos um time testado e aprovado de quatro em quatro anos. São Paulo não quer esperteza nem arrogância”.
Os ex-governadores José Serra (SP) e Antonio Anastasia (MG) serão os representantes tucanos na disputa pelo Senado no Sudeste.
A região tem ainda a candidatura do deputado federal César Colnago a vice-governador pelo Espírito Santo.

Sul
O senador Paulo Bauer concorrerá ao governo de Santa Catarina e Beto Richa disputará a reeleição no Paraná. Em 2010, Richa foi eleito governador no primeiro turno, com 52% dos votos válidos.
Também no Paraná, o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, tentará a reeleição. O senador destacou, durante a convenção do partido no estado: “O Paraná hoje é exemplo de desenvolvimento. A mudança que está acontecendo aqui vai acontecer no Brasil, com Aécio Neves na presidência da República”.
Confira abaixo o nome dos candidatos do PSDB nas eleições majoritárias nos estados

Candidatura própria ao governo
Centro-Oeste
Distrito Federal: Luiz Pitiman
Goiás: Marconi Perillo
Mato Grosso do Sul: Reinaldo Azambuja

Nordeste
Alagoas: Eduardo Tavares
Paraíba: Cássio Cunha Lima

Norte
Acre: Márcio Bittar
Pará: Simão Jatene
Rondônia: Expedito Júnior

Sudeste
Minas Gerais: Pimenta da Veiga
São Paulo: Geraldo Alckmin

Sul
Paraná: Beto Richa
Santa Catarina: Paulo Bauer
Candidatura a vice
Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul: Professora Rose

Nordeste
Alagoas: Gilvan Barros
Bahia: Joaci Góes
Maranhão: Carlos Brandão
Paraíba: Ruy Carneiro
Piauí: Silvio Mendes
Sergipe: Augusto Franco Neto

Sudeste
Espírito Santo: César Colnago

Candidatura ao Senado

Centro-Oeste
Distrito Federal: Sandra Quezado

Nordeste
Alagoas: Eduardo Magalhães
Ceará: Tasso Jereissati

Norte
Pará: Mário Couto
Roraima: José de Anchieta Júnior

Sudeste
Minas Gerais: Antonio Anastasia
São Paulo: José Serra

Sul
Paraná: Alvaro Dias