quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Política fiscal deve ser mais usada no combate à inflação, segundo a CNI


 da Agência Brasil
Brasília – A elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passa para 9,5% ao ano, foi de acordo com as expectativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), conforme nota divulgada logo depois do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
A CNI ressalta, porém, a necessidade de a política fiscal ter “papel mais ativo no combate à inflação daqui para a frente”. A entidade representativa dos empresários da indústria entende que “o maior controle dos gastos públicos diminuirá a necessidade de atuação da política monetária e imporá menores custos ao setor produtivo”.
Segundo a CNI, mesmo com a retração da inflação, que está em 5,86% no acumulado dos últimos 12 meses, a evolução dos preços exige acompanhamento atento da política econômica, pois a desaceleração atual tem características basicamente de curto prazo, sem sinais de manutenção duradoura. Por isso, é preciso manter o alerta para o comportamento dos preços em 2014.
Um fato relevante, diz a nota, é a discrepância de tendências entre os preços monitorados (combustíveis, energia, transportes, saneamento e outros) e os preços livres. “Sem a contribuição dos monitorados, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] dificilmente terminaria 2013 dentro do limite superior da meta de 6,5%. É importante ressaltar que esse expediente será bastante limitado em 2014, com a reversão das reduções praticadas em 2013”, acrescenta.
A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) também reconhece que o BC “cumpre seu papel técnico” de conter a escalada inflacionária. Ressalta, contudo, que o aumento da Selic se soma “às dificuldades que o empresariado enfrenta para tocar seus negócios em meio ao cipoal regulatório e tributário que consome as forças da economia”.
Segundo o presidente da Abad, José do Egito Frota Lopes, os empresários não podem deixar de atentar para o fato de que “a combinação de investimento insuficiente, alto endividamento, pressões cambiais e juros crescentes cria um cenário perverso de baixo crescimento e falta de competitividade, insustentável a médio e longo prazo”.

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