terça-feira, 31 de maio de 2011

Bancada do PMDB no Senado se opõe a CPI para investigar Palocci


MÁRCIO FALCÃO na Folha.com

Em meio a uma crise com o Palácio do Planalto, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirmou nesta segunda-feira (30) que a bancada do PMDB no Senado decidiu não assinar o requerimento que pede a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci (Casa Civil).
O entendimento vale até que o Ministério Público se posicione sobre o caso. Segundo o senador, o compromisso foi fechado durante um jantar na casa do vice-presidente Michel Temer (PMDB) e envolve inclusive o grupo de peemedebistas dissidentes, como o senador Pedro Simon (RS). Dos oito dissidentes, apenas o senador Jarbas Vasconcelos (PE) não compareceu.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Distrito Federal decidiu analisar o aumento patrimonial do ministro. A Folha revelou no início do mês que, entre 2006 e 2010, Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio, adquirindo dois imóveis no valor de R$7,5 milhões por meio da empresa Projeto. O caso também é avaliado pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel.
"Ficou definido que o PMDB deve esperar a decisão do Ministério Público. Não o PMDB, mas para os que desejavam colocar suas assinaturas nessa questão, ficou o entendimento para que esperássemos a posição do Ministério Público".
A oposição apostava nos dissidente do PMDB para instalar a investigação no Congresso. No Senado, a CPI tem 18 assinaturas, são necessárias 27.
Eunício disse que a discussão de tom elevado entre Palocci e Temer na semana passada não foi tema do encontro. Na véspera da votação da reforma do Código Florestal na reforma, Palocci telefonou para Temer e ameaçou retirar os ministros do partido, caso o PMDB votasse contra o governo.
Ele negou que tenha crise entre PT e PMDB. "Não há crise, se a crise existiu, para nós, é coisa do passado".
O senador falou ainda que no Senado há espaço para uma conversa sobre mudanças no Código Florestal, inclusive nos pontos polêmicos apresentados pelo PMDB da Câmara, como a anistia dos desmatadores.
Na quarta-feira, a bancada do PMDB se reúne com a presidente Dilma Rousseff. Eunício disse que será uma confraternização para "aproximar". Ele disse que não foi discutido cargos ou demandas para serem apresentadas para a presidente. "Não se discutiu nenhuma agenda. É uma confraternização".

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