segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Governo faz hoje 1º leilão de aeroportos


Privatização dos terminais de Guarulhos, Campinas e Brasília deve acelerar futuras concessões do Galeão (RJ), Confins (MG) e Recife (PE)



RENÉE PEREIRA - O Estado de S.Paulo
O governo federal promove hoje a primeira rodada de privatizações dos aeroportos brasileiros, de olho nas futuras concessões. A expectativa é que, depois do leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, marcado para hoje, às 10 horas, na sede da BM&F Bovespa, o governo da presidente Dilma Rousseff acelere os estudos para a licitação do Galeão (RJ), Confins (MG) e Recife (PE) - ou Manaus, no Amazonas.
Um sucesso na disputa de hoje, que contará com pelo menos 11 consórcios, ajudará a fortalecer o coro da iniciativa privada de que a solução para os aeroportos é a privatização. Além disso, o País corre contra o tempo para realizar todas as intervenções necessárias para receber os eventos esportivos: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. Mas, com base no atual processo de privatização, integrantes da equipe de Dilma Rousseff acreditam que uma nova disputa só ocorra em 2013.
A exemplo do leilão de hoje, as futuras concessões já contam com pretendentes. Alguns investidores não conseguiram fechar todos os acordos a tempo para entregar as garantias e propostas financeiras, cujo prazo se encerrou na quinta-feira, às 16 horas. "Vamos cobrar do governo que apresente logo o plano de outorga dos aeroportos. Tem muito terminal lucrativo no Brasil. Só dá prejuízo porque a administração é falha", diz o presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio.
Ao contrário das três concessões que serão feitas hoje (apenas Brasília teve prejuízo), os próximos aeroportos candidatos à privatização não têm apresentado um resultado operacional positivo. O Galeão, por exemplo, apesar de ter grande fluxo de passageiros (12 milhões por ano), registrou prejuízo de R$ 199 milhões em 2010, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O aeroporto apresentou custo de R$ 518 milhões e receitas de R$ 315 milhões.
Confins seria o segundo maior terminal da próxima rodada de privatização em passageiros. Em 2010, transportou 7,12 milhões de pessoas. Foi o que teve menor prejuízo no período: R$ 5,9 milhões. Recife e Manaus tiveram resultado operacional negativo em R$ 32 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente. "Quando esses aeroportos forem transferidos para a iniciativa privada, essa situação muda", diz Amadio.
Advogados consultados por investidores concordam. Eles estão surpresos com o forte apetite demonstrado na primeira rodada de concessões. O motivo de tanto interesse está no aumento do fluxo de passageiros. Nesse quesito, os próximos aeroportos na lista de privatização não deixam nada a desejar. Entre 2002 e 2010, o volume de pessoas que passou por Confins teve um salto surpreendente de 1.654%. Os demais seguiram a mesma trajetória, mas com taxas de crescimento na casa dos três dígitos. No Galeão, a alta foi de 158%; Recife, 147%; e Manaus, 145%. / COLABOROU EDNA SIMÃO

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