Banco central dos EUA indica que taxa de juros demorará a subir e que não se preocupa com efeito inflacionário disso nos outros países do mundo
Diante dos percalços da economia de seu país, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, decidiu inovar também na forma de se comunicar com o público.
Além da sucinta declaração que é tradição divulgar após reuniões do comitê de política monetária, inaugurou uma entrevista coletiva para a imprensa, aberta a perguntas. Seguiu, assim, a praxe do Banco Central Europeu.
Bernanke expôs aos jornalistas a visão do Fed sobre as perspectivas da economia e da política monetária, que se aproxima de um momento decisivo: em junho se encerra o programa de US$ 600 bilhões, iniciado em outubro de 2010, para aumentar a liquidez e evitar uma recessão.
A mensagem foi que não há pressa para alterar a estratégia de juros baixos e liquidez folgada. Como justificativa, Bernanke invocou mais uma vez o mandato duplo do Fed, que determina a busca concomitante do máximo de emprego e de estabilidade nos preços (traduzida como inflação ligeiramente inferior a 2% ao ano). O desemprego ainda está alto e a inflação, perto de uma deflação.
A economia americana continua a recuperar-se da crise financeira, mas a taxa de variação do PIB, em torno de 2,5% ao ano desde o inicio de 2010, é insuficiente para reduzir rapidamente o desemprego, ainda próximo de 9%. A produção industrial, após dois anos de recuperação, continua 7% abaixo do nível pré-crise.
Do lado da inflação, apesar das pressões temporárias da alta recente nos preços de petróleo e outras matérias-primas, as projeções do Fed ainda são inferiores a 2% até 2013, portanto tranquilizadoras. Tudo indica que eventuais modificações em sua política monetária serão lentas. A primeira alta de juros talvez só venha no segundo semestre de 2012.
Outra mensagem importante é que, mesmo sendo os EUA os emissores da principal moeda de reserva do mundo, o Fed considera secundárias as consequências globais de suas ações. A desvalorização do dólar, a alta dos preços de commodities e o aumento do fluxo de capitais especulativos para países em desenvolvimento são efeitos colaterais relevantes, que geram pressões inflacionárias no restante do mundo.
Para os americanos, contudo, cabe a esses países, em particular à China, lidar com as pressões por meio de restrição da liquidez de suas economias e valorização das moedas. Para o Brasil, fica claro que a entrada de dinheiro externo deverá continuar e que não haverá trégua na valorização do real.
Por fim, ressalte-se que a prática de realizar entrevistas coletivas deveria ser seguida pelo Banco Central do Brasil. Seria um esforço bem-vindo de transparência e contenção de expectativas inflacionárias alimentadas por sinais contraditórios ou obscuros.
Além da sucinta declaração que é tradição divulgar após reuniões do comitê de política monetária, inaugurou uma entrevista coletiva para a imprensa, aberta a perguntas. Seguiu, assim, a praxe do Banco Central Europeu.
Bernanke expôs aos jornalistas a visão do Fed sobre as perspectivas da economia e da política monetária, que se aproxima de um momento decisivo: em junho se encerra o programa de US$ 600 bilhões, iniciado em outubro de 2010, para aumentar a liquidez e evitar uma recessão.
A mensagem foi que não há pressa para alterar a estratégia de juros baixos e liquidez folgada. Como justificativa, Bernanke invocou mais uma vez o mandato duplo do Fed, que determina a busca concomitante do máximo de emprego e de estabilidade nos preços (traduzida como inflação ligeiramente inferior a 2% ao ano). O desemprego ainda está alto e a inflação, perto de uma deflação.
A economia americana continua a recuperar-se da crise financeira, mas a taxa de variação do PIB, em torno de 2,5% ao ano desde o inicio de 2010, é insuficiente para reduzir rapidamente o desemprego, ainda próximo de 9%. A produção industrial, após dois anos de recuperação, continua 7% abaixo do nível pré-crise.
Do lado da inflação, apesar das pressões temporárias da alta recente nos preços de petróleo e outras matérias-primas, as projeções do Fed ainda são inferiores a 2% até 2013, portanto tranquilizadoras. Tudo indica que eventuais modificações em sua política monetária serão lentas. A primeira alta de juros talvez só venha no segundo semestre de 2012.
Outra mensagem importante é que, mesmo sendo os EUA os emissores da principal moeda de reserva do mundo, o Fed considera secundárias as consequências globais de suas ações. A desvalorização do dólar, a alta dos preços de commodities e o aumento do fluxo de capitais especulativos para países em desenvolvimento são efeitos colaterais relevantes, que geram pressões inflacionárias no restante do mundo.
Para os americanos, contudo, cabe a esses países, em particular à China, lidar com as pressões por meio de restrição da liquidez de suas economias e valorização das moedas. Para o Brasil, fica claro que a entrada de dinheiro externo deverá continuar e que não haverá trégua na valorização do real.
Por fim, ressalte-se que a prática de realizar entrevistas coletivas deveria ser seguida pelo Banco Central do Brasil. Seria um esforço bem-vindo de transparência e contenção de expectativas inflacionárias alimentadas por sinais contraditórios ou obscuros.
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