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na Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - No início do ano, Aécio Neves despontava como o líder da oposição. Tinha o comando de seu partido, o PSDB, e do principal aliado, o DEM. Preparava a estreia no Senado e o anúncio do novo estilo de atuação do consórcio demotucano: crítico, mas disposto a colaborar com o Planalto. O tal pós-Lula.
No início do ano, Geraldo Alckmin dizia-se "reserva" no xadrez nacional -um jeito de se incluir no tabuleiro. Revigorado pela vitória no primeiro turno, assumia o governo do maior colégio eleitoral do país decidido a repaginar o PSDB paulista e a resgatar projetos e políticos escanteados pelo antecessor.
José Serra, por sua vez, estava liquidado. Pagava pelos erros da campanha presidencial -e pelos erros cometidos antes dela. Era descartado até para a direção do PSDB, um cargo praticamente decorativo.
Deu-se, então, a criação do PSD e a debandada de muitos democratas e alguns tucanos para essa sigla.
Agora, Aécio é líder de uma oposição reduzida e de um DEM em ruínas, na melhor hipótese com 50% da bancada que elegeu. A nova legenda roubou o discurso furta-cor: não é de esquerda, de direita nem de centro, muito pelo contrário.
Alckmin se desdobra para remendar a base de apoio. Foi abandonado pelo vice-governador e por metade de seus vereadores paulistanos. Não tem candidato forte à prefeitura da capital e vê-se pressionado a defender a fusão PSDB-DEM para que o PT não dispare como o maior partido do Estado.
E Serra? Embora alquebrado, ressurge como o nome em tese capaz de reaglutinar a oposição em São Paulo em 2012 e o único tucano ao qual o PSD declara voto em 2014.
Talvez seja exagero atribuir a ele tanta reviravolta. Talvez seja só coincidência, também, o novo partido nascer da ala serrista do DEM (Kassab, Kátia Abreu, Afif, Indio).
Mas alguém ainda acredita que Serra aceitará docilmente o ocaso que lhe impingiram e se recolherá às madrugadas no Twitter?
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